Pesquisadores estudam evolução da chikungunya

Evando Chagas coordena rede de pesquisa em todo o Brasil

Redação Integrada
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A cabeleireira Vanessa Miranda, de 32 anos, mal conhecia a chikungunya quando foi diagnosticada com a doença, em maio de 2015, e enfrentou quatro anos de dores persistentes e incapacitantes que a afastaram do trabalho. O caso é um dos muitos estudados no Brasil por pesquisadores interessados em entender a evolução da virose, que participam da Rede de Pesquisa Clínica e Aplicada em Chikungunya (Replick), lançada esta semana em um simpósio no Rio de Janeiro.

Pesquisadores de 11 centros de pesquisa em nove estados brasileiros fazem parte da iniciativa, que é coordenada pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (INI/ Fiocruz). Doi mil casos das cinco regiões do país serão estudados. O grupo inclui médicos, fisioterapeutas, psicólogos, economistas e cientistas sociais. Eles querem mapear os impactos da doença no trabalho, no lazer e no estado psicológico dos pacientes.

“A gente quer saber quais as formas de amenizar o sofrimento das pessoas”, disse o coordenador do INI/Fiocruz, André Siqueira, que também coordena a Replick. O infectologista explica que ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre a chikungunya, que, também transmitida pelo aedes aegypti, foi menos estudada do que a dengue e a zika e tem se mostrado mais complexa.

Os pesquisadores também buscam entender a letalidade da chikungunya, maior do que se pensava. “Havia uma impressão de que a doença causava dor e não óbito, mas isso está sendo revisto”, disse Siqueira. “Pode ser devido tanto ao efeito do próprio vírus como por ser uma doença que leva ao uso de medicações que podem ser tóxicas em alta quantidade”.

Até meados de abril, o Brasil teve 24 mil casos de chikungunya confirmados, uma taxa de incidência de 11,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em tratamento há quatro anos, Vanessa diz que já sente efeitos colaterais dos medicamentos. “Eu sinto muita dor nas articulações e um cansaço que não é meu. Posso estar sem fazer nada e mesmo assim o cansaço está me consumindo. Eu não vivo sem dor”, lamentou Vanessa, que mora em um apartamento no 3º andar em um prédio sem elevador.

“É difícil lavar roupa, não consigo torcer as coisas e tem dias que não consigo beber água, abrir uma garrafa nem me vestir sozinha. Quando acordo, não consigo mais levar minha filha na escola."

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