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Médico causa indignação ao dizer que enfermeiros precisam de 'xerecard'

Apesar de ter dito tudo não passou de uma mal entendido, Kayke Paiva respondeu com insultos as críticas que recebeu nas redes sociais

(Com informações do portal UOL)

Um médico do Maranhão se tornou alvo de uma polêmica provocada por um post feito por ele na última segunda-feira (26), em seu perfil do Instagram. Ao descrever o que acha da profissão de enfermeiro, Kayke Paiva declarou: "ou tu faz enfermagem, ou usa o 'xerecard', ou então tu faz medicina". "Medicina (é) que dá dinheiro. O resto é resto (...). A enfermagem só existe porque a medicina existe", postou. Os comentários foram considerados desrespeitosos por profissionais da categoria, que replicaram o vídeo denunciando o que chamaram de discriminação e difamação.

Após o compartilhamento, vários enfermeiros, técnicos de enfermagem e até médicos publicaram comentários contra o profissional. Ao UOL, o médico disse que tudo não passou de uma mal entendido. A história teria começado quando fizeram uma pergunta para a namorada dele no Instagram, e que ele apenas falou a realidade sobre a desvalorização dos enfermeiros. Kayke também emitiu uma nota para se explicar sobre o episódio.

"Sou uma pessoa que brinca muito sobre a coisa de ser pobre. Eu já andei de ônibus, era pobre. Em nenhum momento desrespeitei a profissão da enfermagem. Acredito que, sem ela, não há saúde, pois um hospital não funciona sem os enfermeiros. Quando mencionei o termo 'xerecard', quis dizer que talvez vender o corpo seja uma boa ideia para ganhar dinheiro, já que a enfermagem está tão desvalorizada", argumentou. 

"Vejo o sofrimento de minha mãe, irmã e namorada ganhando pouco, trabalhando em condições precárias, sendo maltratadas pelos médicos em geral, que são ignorantes na sua maioria. Peço perdão aos enfermeiros por qualquer fala equivocada da minha parte. Lembrando que muito do que muito do que falo nos meus stories do Instagram é apenas humor. Não busco humilhar ninguém, muito menos difamar profissão alguma, pois toda profissão tem seu espaço e merece o respeito devido", acrescentou.

Apesar da nota, o médico revidou com insultos quem se sentiu ofendido pela postagem e foi reclamar em seu perfil pessoal. Ontem, ele compartilhou na rede social as mensagens que recebeu, assim como suas respostas. Em uma delas, ele ameaça um internauta dizendo que vai "encher a cara de murro" e em outra diz que, se precisar de atendimento, irá para o Sírio Libanês, enquanto a outra pessoa "irá morrer pobre e diabética"

Formado em medicina em 2019 por uma universidade particular, Kayke diz já ter trabalhado em 10 hospitais públicos, assim como em UPAs, a maioria no interior do Maranhão. Ele informa que foi clínico geral por cerca de 10 meses, mas desistiu da medicina por ter se "cansado dos plantões exaustivos". Atualmente, vive em Barra do Corda (MA) e usa as redes sociais para vender cursos sobre como ser trader no mercado financeiro.

Repúdio

O Conselho Federal de Enfermagem - Cofen tomou ciência do caso e informou que vai solicitar ao Conselho Regional de Medicina a abertura de processo ético disciplinar contra Kayke Paiva. O Cofen também avalia adotar de outras medidas contra o médico, na esfera cível e penal.

"Os insultos proferidos por Kayke Paiva em seus stories são um desrespeito a 2,2 milhões de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que estão 24h ao lado dos pacientes e dedicam suas vidas à saúde da população, em um momento de pandemia global. Revelam, ainda, desconhecimento sobre a complexidade do trabalho multiprofissional em saúde e desprezo pela integridade do ser humano", finaliza a nota do Cofen. A Universidade Federal do Maranhão também emitiu uma nota de repúdio assinada pelo reitor Natalino Salgado, que é médico.

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