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Falsos sequestradores mantêm idosa ao telefone por 18 horas seguidas

Criminosos diziam estar com o filho da vítima que mora no exterior

Redação Integrada com informações do G1
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Foram 18 horas de sofrimento para uma idosa de 66 anos. Ela recebeu uma ligação e, do outro lado da linha, bandidos diziam que estavam com o filho mais velho dela, em cativeiro. O filho mora no Qatar. O crime aconteceu em Santos (SP).

A polícia conseguiu prender quatro pessoas em flagrante, que vão responder por extorsão contra a idosa. A Polícia Civil relata que os criminosos mantiveram a senhora ao telefone por 18 horas, sem intervalo. Eles pediam dinheiro pelo resgate. E ela entregou valores aos criminosos.

O delegado Luiz Ricardo de Lara, responsável pela investigação, explica que esse tipo de criminoso escolhe usualmente pessoas idosas ou com pouco conhecimento. "A grande maioria deles [criminosos] já cumpre, normalmente, medida restritiva de liberdade de dentro de presídios, fazendo contato, inclusive, por telefone celular. Conseguem, por meio de engenharia social, dados de determinadas pessoas, e passam a fazer ligações às vítimas, fingindo que um familiar delas foi sequestrado, e passam a exigir dinheiro como condição para a libertação daquela pessoa."

Campana

O crime envolvendo a idosa começou na noite de domingo (18), por volta das 18h, quando ela atendeu uma ligação, que se estendeu até aproximadamente às 12h de segunda-feira (19). "Ela recebeu um telefonema onde pessoas diziam que um dos filhos dela, que reside no Catar, havia sido sequestrado. Afirmavam que, caso ela não desse o dinheiro exigido, ele seria morto. Ela, desesperada, conseguiu pegar joias, bens de valor material e sentimental, além de dinheiro, e entregou para os criminosos durante a madrugada", afirma o delegado.

Na manhã desta segunda, o filho mais novo da idosa, que reside no Brasil, contatou o irmão supostamente sequestrado. Ele estava bem. Mas o desespero da mãe era tanto, que, mesmo alertada que o filho não havia sido sequestrado, ela entrou em negação e não acreditou.

"Ela já havia arrecadado mais dinheiro para realizar outro pagamento. Então, como o filho viu que ela não acreditaria nele, nos acionou e explicou tudo, além de apontar o local onde seria feito o pagamento", diz o delegado. Os policiais civis fizeram campana no local, descaracterizados, e conseguiram flagrar três pessoas em um carro, que fizeram a retirada do valor deixado pela vítima. "Diante do flagrante, os policiais fizeram a abordagem e os prenderam", acrescenta Lara.

"A quadrilha disse que sequestrou e decapitaria meu irmão. Minha mãe não conseguia acreditar que era mentira deles [bandidos], e eles já tinham pedido mais R$ 20 mil, após ela fazer o pagamento de noite. Isso a todo momento, eles a mantiveram ao telefone, exatamente para minha mãe não ter contato com ninguém. Então, liguei para a polícia, que me ajudou na mesma hora e flagrou os criminosos. A todo tempo aterrorizaram minha mãe. Ela está em estado de choque e triste. Foram cerca de 18 horas ao telefone, sem intervalo", conta o filho, que prefere não se identificar.

image Polícia conseguiu devolver mais de 80% do que a vítima pagou aos bandidos (Polícia Civil / Divulgação)

Organização criminosa

Os três suspeitos foram a ponta do iceberg da quadrilha. A polícia identificou uma mulher suspeita de envolvimento no crime, que tinha na casa dela parte dos objetos que a idosa entregou no primeiro pagamento aos golpistas. De acordo com o delegado, os suspeitos, dois homens e duas mulheres, são de Cubatão (SP).

"Foram apreendidos, também, com o casal preso em Santos, comprovantes de depósitos bancários. Logo pela manhã, R$ 5 mil do dinheiro extorquido da idosa já haviam sido distribuídos entre diversas contas, o que demonstra a existência de uma organização criminosa, tendo em vista que há divisão de tarefas entre os membros", afirma o delegado.

Lara afirma que mais de 80% do que a vítima pagou foram recuperados pela polícia.

O delegado faz um alerta. "Às vezes, até sem perceber, a própria vítima passa informações sobre ela pelo telefone. Podemos afirmar que pelo menos oito pessoas participaram deste crime. Nestes casos de extorsão, é muito importante que a vítima registre boletim, mesmo que seja online, para a polícia localizar os responsáveis".

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