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OMS afirma que Brasil possui 10,7 milhões de surdos

Cleide Magalhães
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Existem 500 milhões de surdos no mundo e, até 2050, haverá pelo menos 1 bilhão em todo o globo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil há 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Delas, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres. Aos dados são recentes e constam em estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda, no Rio de Janeiro.

Ainda segundo a pesquisa, a predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%).  Do total, 9% das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição. Outros 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos. Entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.

O otorrinolaringologista Henderson Cavalcante explica que a surdez é uma deficiência sensorial do órgão do sentido da audição. Ela pode ser uma diminuição (parcial) ou perda total. A surdez pode ser adquirida ou congênita, sendo que esta traz os casos mais comuns na sociedade.

“Dentre as causas adquiridas, as principais são exposição a ruído, como uso de fones de ouvidos e o trabalho em ambiente barulhento sem proteção individual. Além de doenças infecciosas como meningites, rubéola, sarampo, traumas, uso de medicações, infecções crônicas nos ouvidos, dentre outras”.

Há quatro anos, o mecânico César Abner, 22 anos, trabalha como mecânico e conta que, mesmo utilizando pistola pneumática, equipamento que gera bastante ruído, não tem problema de audição, porque usa proteção nos ouvidos todos os dias. “O fone cobre toda a região da orelha e reduz bastante o barulho. É como um abafador. Minha atividade exige usar a proteção constantemente, então é indispensável. Nosso gerente e o técnico de segurança do trabalho exigem para prevenir nossa saúde e segurança, e eu acho muito importante”, disse o mecânico, que utiliza outros tipos de equipamentos de proteção nas atividades de oito horas por dia, como luvas e botas.  

Ainda segundo o médico, as causas congênitas ou hereditárias “são aquelas em que a criança já nasce com problema auditivo, podendo ser decorrente de infecções adquiridas pela mãe durante a gestação, síndromes, incompatibilidade sanguínea, más formações, dentre outras, que podem ocasionar perdas da audição e outros órgãos do sentido”, explica o otorrinolaringologista. 

Sintomas

Alguns sintomas de surdez nas crianças e que precisam de investigação são a irritabilidade, o atraso na linguagem e no rendimento escolar, bem atenção àquele bebê que não reage ao estímulo e fica apático. Outra forma de investigar a audição é pelo teste da orelhinha.

“O teste ajuda no diagnóstico precoce da perda auditiva e qualquer patologia pode levar a ela, como o sarampo e a rubéola, e a medicação dada à criança ao nascer. O ideal é fazer o exame nos primeiros dias de vida e na maternidade em que a criança nasceu. Assim, é possível fazer uma intervenção mais rápido possível para não atrapalhar o desenvolvimento da linguagem e a própria alfabetização da criança”, afirmou o otorrinolaringologista.

Já no adulto alguns sintomas primordiais de surdez são o zumbido, a diminuição da audição parcial ou total, unilateral, bilateral, de forma súbita ou progressiva.

Tratamento

O tratamento depende da causa, por isso é individualizado e necessita de avaliação médica. "O tratamento pode ser clinico, no caso de infecções, por exemplo, mas pode ser cirúrgico. Em alguns casos a reabilitação pode ser realizada por meio do uso de aparelhos auditivo de forma unilateral ou bilateral. Nos casos mais severos e bilaterais o implante coclear pode ser o tratamento ideal para o paciente voltar ao mundo ouvinte e há algumas indicações para a cirurgia. Quanto mais cedo é melhor. Há casos que o paciente é reabilitado para entrar no mundo da comunicação em Língua Brasileira de Sinais”, afirma o médico, especialista em Medicina do Sono.  

Prevenção

O otorrinolaringologista Henderson Cavalcante enfatiza que algumas principais formas de evitar a surdez congênita é fazer aconselhamento genético e investigação da família antes da gravidez, para evitar a transmissão para o bebê e fazer também o pré-natal. Além de não fazer a automedicação, mesmo autotóxicas e de simples anti-inflamatórios. É recomendável também evitar exposição a ruídos sem proteção no ouvido, não ter exposição prolongada e volume alto com os fones de ouvidos dando intervalo pelo menos a cada 45 minutos.

Serviço

Cavalcante é coordenador da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, em Belém, vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. O hospital é referência em Otorrinolaringologia no Pará pelo Sistema Único de Saúde, desde a investigação até a cirurgia. O acesso é por meio de qualquer Unidade Básica de Saúde, de onde a pessoa é referenciada para o hospital.

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