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Vila na Marambaia sofre com falta d'água há quase seis meses

Morador da Vila Alda, na rua Nova, o aposentado Carlos Ribeiro, 86, afirma que o problema se agravou com a pandemia de covid-19

João Paulo Jussara
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Moradores da Vila Alda, localizada na rua Nova, entre a avenida Pedro Álvares Cabral e a rua Capitão Braga, bairro da Marambaia, em Belém, reclamam que estão sofrendo com a falta d'água diária desde o início do ano. Em tempos de pandemia de covid-19, idosos e outros moradores que integram o grupo de risco relatam, entre outros problemas, terem dificuldades em seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de higienizar as mãos com água e sabão diariamente.

 

 

O aposentado Carlos Ribeiro, 86, mora  há quase 10 anos na Vila Alda com a esposa, de 64 anos. Ele conta que o problema de falta d'água começou no início de janeiro deste ano. Desde então, o abastecimento na vila, quando ocorre, é somente no período entre meia-noite e 6h da manhã, e a água só aparece em algumas torneiras de sua residência. "É uma situação muito triste. Chega a ser vergonhoso", reclama o idoso.

Por conta da coluna, Carlos tem dificuldade de locomoção. Mesmo assim, ele e a esposa precisam diariamente carregar baldes de água, pondo em risco a própria saúde. Desde que o problema começou, toda a rotina do casal foi alterada. Agora eles precisam ficar acordados até a hora em que a água chega, e às vezes isso só acontece por volta de uma hora da manhã. "Eu tenho que ficar atento. De 23h30 em diante, quando ela começa a pingar, eu coloco uma cadeira lá na cozinha, perto da pia, fico sentadinho e, confome vai enchendo, eu vou passando para os vasilhames", conta.

De acordo com Carlos, as consequências do problema de abastecimento de água na vila aumentaram com a pandemia de covid-19. A principal recomendação da OMS é de que as pessoas lavem as mãos constantemente com água e sabão, porém, com a escassez do recurso, a higienização também ficou prejudicada. "A minha esposa contraiu a doença. Como eles querem que a gente lave as mãos se não tem água?", questiona o aposentado.

Alguns dos moradores da vila possuem poço artesiano em casa. Seu Carlos, porém, relata que não tem condições de construir um, ficando dependente da distribuição da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). Há cerca de dois meses, uma reportagem veiculada em O Liberal já havia denunciado o problema. Segundo o aposentado, depois disso a companhia chegou a enviar técnicos ao local, porém o problema não foi resolvido.

Agora, completados quase cinco meses vivendo sem o abastecimento regular de água, o idoso conta que está cada vez mais difícil continuar se esforçando para carregar baldes todos os dias e sentindo dores no corpo. "Isso tudo é uma falta de respeito, não só comigo, mas com todos os moradores, porque nós trabalhamos a vida inteira e pagamos nossos impostos, e a conta de água continua vindo no final do mês", afirma.

Em nota enviada à reportagem, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informou que "está em andamento a obra que irá aumentar a pressão na rede e garantir as melhorias no abastecimento nesta área do bairro Marambaia. A obra está em fase final e será concluída no mês de junho", disse a companhia.

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Belém
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