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Ribeirinhos são exemplo de prevenção ao novo coronavírus, aponta Sesma

Avaliação é de Rosângela Monteiro, que explica: apesar das dificuldades econômicas que a pandemia de covid-19 impôs, moradores da Região das Ilhas têm sido mais receptivos às recomendações preventivas

Victor Furtado
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A Região das Ilhas de Belém, composta por 39 localidades, concentra cerca de 40 mil pessoas. Uma parcela considerável é povo ribeirinho. Mas diferente do que se possa pensar, para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), cuidar da população ribeirinha da capital, na pandemia de covid-19 — doença causada pelo coronavírus sars-cov-2 —, tem sido mais fácil do que a população das áreas urbanas.

Essa avaliação é da diretora do Departamento de Atenção Básica da Sesma, Rosângela Monteiro. Pela experiência e relatos dos agentes comunitários de saúde (ACS), a população da Região das Ilhas sempre teve um entendimento diferenciado sobre as políticas de saúde pública. Justamente por conhecerem as próprias realidades e limitações do Sistema Único de Saúde (SUS), do qual praticamente todos são usuários.

Rosângela afirma que, historicamente, a população ribeirinha criou laços com aos ACS. As recomendações e campanhas sempre dão muito certo nas ilhas, tanto das vacinações quanto à prevenção à covid-19. Quanto ao distanciamento social temporário, apesar de ter afetado, sim, alguns negócios das ilhas — que costumam pautar as economias em turismo, lazer, culinária e comércios simples, como venda de hortigranjeiros e pescado —, as ilhas estão mais seguras que os centros urbanos.

Proporcionalmente, na área urbana, cada agente comunitário de saúde é responsável por 500 pessoas. Até mais. Na Região das Ilhas, essa proporção cai para 300 pessoas ou menos por ACS, dependendo da comunidade, aponta a Sesma. Então, por exemplo, os ACSs têm visitado idosos e demais pessoas dos grupos de risco — pessoas com diabetes, hipertensão ou histórico de problemas respiratórios — para levar medicamentos e informações.

image A cada viagem, como recomenda a Sesma, os barcos devem ser higienizados com água e sabão ou álcool. (Thiago Gomes / Aquivo O Liberal)

A única exceção da Região das Ilhas, aponta Rosângela, é Outeiro. Devido à densidade populacional, o distrito não efetivou o distanciamento social ainda. No entanto, Outeiro é um centro urbano. Tem várias linhas de ônibus e uma rotina muito mais agitada do que outras ilhas em que só se chega de barco. Por sinal, um dos casos suspeitos de covid-19 em Belém, já descartados, foi lá. O outro foi em Cotijuba, também descartado.

"Apesar de desafiador cuidar das comunidades ribeirinhas e Região das Ilhas, acaba tendo uma facilidade pelo acesso. Cotijuba e Combu, por exemplo, que têm um fluxo de turistas muito grande, não tem tido esses tempos. Sabemos que é difícil, mas eles estão protegidos de uma forma que na área urbana de Belém as pessoas não estão. Essas comunidades obedecem mais às recomendações. Não há aglomerações. Há aqui e ali quem questione, mas é mais difícil que no centro", comenta Rosângela.

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Pela dificuldade generalizada de acesso a máscaras e álcool (gel ou não), os ACS têm sido enfáticos nas campanhas de higienização das embarcações, tanto coletivas quanto individuais, além dos trapiches e equipamentos diversos. Rosângela reforça que uma boa lavagem de mãos com água e sabão e higienização com produtos de limpeza são suficientes para matar o coronavírus sars-cov-2.

O que tem sido mais complicado de explicar, diz a diretora de Atenção Básica da Sesma, tem sido explicar a necessidade de limitar contato e eliminar alguns hábitos como tossir, escarrar e cuspir como se não fosse nada. Ou dar espirros fortes e barulhentos sem proteção. Ou dar as assoadas de nariz. Se o leitor achou nojento, é importante lembrar quanta gente faz isso diariamente sem perceber. Basta lembrar do barulho do espirro do vizinho, que antes gerava riso.

"Nas ilhas, a sensação é de que a população está mais alerta e, diferente dos centros urbanos, está sendo sensível às recomendações. Difícil ter alguém que não esteja junto e ajudando nas campanhas. Por sinal, não é só coronavírus a se manter alerta. Ainda temos problemas com sarampo, com a gripe, dengue e uma série de outras coisas. Os ribeirinhos e Região das Ilhas são exemplos a serem seguidos em cuidados com a saúde", conclui Rosângela.

image Como a maioria das comunidades da Região das Ilhas só é acessível por barco, o distanciamento social temporário já começou a valer. (Thiago Gomes / Arquivo O Liberal)

O QUE FAZER

As recomendações do Ministério da Saúde são: lavar bem as mãos e pulsos ou usar álcool gel para higienização; evitar contatos físicos desnecessários, cobrir boca e/ou nariz ao tossir e/ou espirrar; não compartilhar alimentos e/ou talheres; higienizar estações de estudo ou trabalho; ao retornar de viagens onde há casos confirmados, com ou sem contato com casos suspeitos, é importante acionar os órgãos municipais de saúde e se afastar de atividades de estudo ou trabalho por, pelo menos, 14 dias. Os principais sintomas são febre, falta de ar e tosse seca.

Para manter a população informada a respeito do novo coronavírus, o Ministério da Saúde atualiza, diariamente, os dados na Plataforma IVIS, com números de casos descartados e suspeitos, além das definições desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação a situação epidemiológica. Os dados locais do Pará são atualizados, pela Sespa, em boletins especiais, que saem pelo Twitter.

Durante 24 horas por dia, a Prefeitura de Belém mantém o telefone (91) 98417-3985 para informações gerais e casos de suspeitas de covid-19. Há outros canais, para situações menos urgentes, que funcionam de 8h às 22h: (91) 3184-6110, (91) 98568-3067 e (91) 98568-6203. Nas redes sociais da Prefeitura há também informações oficiais sobre a doença e formas de prevenção

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