Medo do novo coronavírus faz procura por atendimento para problemas leves cair em Belém

Sindmepa diz que procura por atendimento cólicas, dores na cabeça e febre baixa sofreu queda de 30% nas últimas semanas

Cleide Magalhães
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O  aumento nos casos do novo coronavírus no Pará tem deixado muitas pessoas com dúvidas e preocupadas ao perceberem sintomas de gripes e sinais de problemas respiratórios. Mas, segundo o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), os casos que envolvem problemas leves, como cólicas, dores na cabeça, febre baixa sofreram queda de cerca de 30% na procura pelo atendimento nos Prontos Atendimentos dos espaços privados e públicos de saúde na Grande Belém.

Alguns desses espaços públicos são as Unidades de Pronto Atendimento (Upas), Unidades Municipais de Saúde (UBSs), que atendem Urgência e Emergência, e os Prontos Socorros. "Temos percebido que o atendimento em geral na Grande Belém tem diminuído, tanto nos espaços públicos quanto privados. Atribuímos a isso que aquelas pessoas que procuram pelo Pronto Atendimento para coisas menores, como cólica, dor na cabeça, até preferem tirar pressão ou tomar algum medicamento em casa, antes de sair de lá, antes de procurar atendimento por medo da covid-19, já que, teoricamente, há vários lugares contaminados. Até nas maternidades, onde as pacientes iam por qualquer desconforto, elas não têm ido mais", afirma Wilson Machado, diretor de Comunicação e Tributação do Sindmepa.

Pronto socorro

image PSM da 14 de Março (Oswaldo Forte / O Liberal)

Uma enfermeira que trabalha no Pronto Socorro Municipal da 14 de Março, no bairro do Umarizal, em Belém, afirma que o fluxo de pessoas diminuiu no PSM devido ao medo que as pessoas têm em relação ao novo coronavírus. "A demanda caiu, pois muita gente procurava aqui por qualquer situação. Agora as pessoas procuram por razões mais relacionadas ao perfil do hospital. Estamos com paciente, isolado, que está com novo coronavírus. Outro paciente foi confirmado para covid-19 e já encaminhado para o Hospital João de Barros Barreto. Mas o grande problema é a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais. Uma máscara é utilizada por bem mais que duas horas e faltam álcool em gel e líquido no hospital", reclama a servidora, que pediu anonimato.

Já na Unidade de Saúde do Jurunas, na travessa Fernando Guilhon, em Belém, que funciona como Urgência e Emergência 24 horas, o medo da pandemia da covid-19 tem refletido no acréscimo de pessoas que buscam atendimento. Segundo um servidor da unidade, pelo menos nas últimas duas semanas, esse sentimento tem levado muita gente buscar atendimento no espaço de saúde, superlotando-o. Porém, na maioria das vezes, os casos são de gripes comuns.

"Infelizmente, com a pandemia, muitas pessoas acabam ficando 'desesperadas' e procuram as unidades de atendimento de urgência e emergência com mais frequência, pois estão preocupadas. Às vezes, é uma simples gripe ou resfriado. Na unidade onde trabalho a procura cresceu consideravelmente as demandas para gripes comuns. Isso gera mais trabalho e aglomeração", afirma o servidor.

Wilson Machado, do Sindmepa, confirma que ocorreu aumento na procura pelo atendimento em casos respiratórios, sem precisar o quanto. "Nessa situação houve acréscimo da procura pelo medo das pessoas que têm algum desconforto respiratório, que estão tossindo mais que o normal, de estarem infectados pelo novo coronavírus e correm para os Prontos Atendimentos, para ver se é ou não. E a maioria esmagadora volta para casa, porque não tem a doença, não tem quadro para a covid-19", explica o dirigente do sindicato.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém foi procurada para esclarecer como andam as movimentações, o que tem feito para evitar aglomerações e o funcionamento dos espaços, e a falta de EPIs aos servidores, mas ainda não se manifestou.

Onde buscar atendimento?

Wilson Machado é médico anestesista e orienta que, quando os sintomas de gripes confundirem as pessoas, é para procurar o médico. "Não é só um sintoma. Se a pessoa tem tosse, falta de ar, desconforto respiratório, dores musculares, dificuldade para andar e e febre, com 38 e 38.5 graus. Se tiver esses sintomas, pode ir para um hospital para buscar ser examinado pelo médico, que vai orientar se vai ficar ou não em observação. Se for só uma tossezinha e febrezinha de 37 ou 37.5 graus, é melhor ficar em casa, é mais seguro e observando e, caso evolua, buscar médico", recomenda o médico.

Porém, caso haja pelo menos quatro desses sintomas, ele frisa que "é importante buscar os Pronto Atendimentos, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), de preferência, e as Unidades de Saúde, as que fazem Urgência e Emergência, e os Pronto Socorros.

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