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Prefeito de Belém abre negociação para compra direta de vacinas cubanas

A ideia é que a aquisição dos imunizantes seja feita também através do Conectar

Thiago Vilarins (Da Sucursal Brasília)

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) se reuniu ontem (7), em Brasília, com o embaixador de Cuba, Rolando Antonio Gómes Gonzáles, para tratar sobre a aquisição direta de vacinas contra o novo coronavírus (Covid-19) para a população do município. Atualmente, o País conta com duas vacinas em fase avançada de estudos: a Soberana 2 e a Abdala. Ambas estão na fase 3 de testes clínicos e, nos próximos dias, os imunizantes serão aplicados em 1,8 milhões de pessoas em Havana como parte de um procedimento de testagem massiva.

 
A expectativa é que os imunizantes sejam submetidos a aprovação de agências de outros países, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em meados de setembro. Ou seja, trata-se de um plano a médio prazo para o Brasil. "Essas duas vacinas serão as primeiras, exclusivamente, latino-americanas. Ou seja, não depende de insumo de outros países. E isso dá uma certa segurança. Só que o processo está em testagem, na 3ª fase, e, talvez, a compra por Belém só poderá ser realizada em setembro ou outubro, depois de aprovada pela Anvisa. No entanto, cabe a nós tomar a iniciativa, pegar informações, conversar, negociar, porque nós não sabemos quanto tempo vai demorar essa pandemia", disse o prefeito a O Liberal, na saída da embaixada.
 
Edmilson Rodrigues é  vice-presidente do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), que já tem tratativas para a aquisição da vacina russa Sputnik V, que ainda não foi aprovada pela Anvisa. A ideia é que a aquisição das vacinas cubanas, se aprovadas, seja feita também através do consórcio, mas ele ressaltou que esse inicio de negociação foi feita exclusivamente para Belém.
 
"Nós tentaremos todas as vacinas para salvar vidas. E essa foi uma tentativa de compra direta de vacina. Inclusive, não propriamente pelo consórcio, ainda que o consórcio também tenha interesse. Eu fui como prefeito de Belém. Havana é uma cidade-irmã de Belém, tem um convênio de cidades-irmãs, assinado em 2004. Então, fomos muito bem recebidos pela embaixada cubana, que se dispõe a ajudar Belém a direcionar para a gente essa compra, assim que os testes finais se completarem, e, naturalmente, assim que a Anvisa der abertura para isso", destacou o prefeito.
 
Cientistas que acompanham os ensaios das vacinas Soberana 2 e Abdala projetam que, tendo o aval da agência reguladora local, a vacinação possa começar entre julho e agosto. Cerca de 44 mil voluntários começaram a receber a segunda dose da Soberana 2, o imunizante cubano mais promissor, no último dia 5. Outros 150 mil profissionais de saúde também estão sendo vacinados como parte de um "estudo de intervenção". Além disso, em províncias na região leste da ilha, mais 48 mil pessoas recebem a vacina Abdala, cujo nome é uma homenagem a um livro do herói da independência do país José Marti.
 
O país de cerca de 11 milhões de habitantes está se organizando para produzir 100 milhões de doses até o final de 2021. A meta, ainda que ambiciosa, é vacinar metade da população até setembro e todos os seus cidadãos antes do ano que vem. Os imunizantes que não forem usados na ilha podem ser vendidos a países aliados e o município de Belém se candidatou ontem para esta lista.

Vacina chinesa

Após a reunião na Embaixada de Cuba, o prefeito belenense se reuniu com o secretário-executivo do Ministério da Saúde (MS), Rodrigo Cruz, para discutir as negociações com a farmacêutica chinesa Sinopharm. A proposta é pela aquisição conjunta de doses da vacina contra a Covid-19, imunizante que teve o uso emergencial autorizado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
Além de Edmilson Rodrigues, esteve presente na audiência com o secretário executivo do MS, o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, presidente do consórcio Conectar. Ambos formalizam parceria com o governo federal para a compra do imunizante, em sintonia com a autorização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um grupo de prefeitas e prefeitos que integram o Conectar havia se reunido na última semana, em 29 de abril, com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, articulando apoio nas relações comerciais com o laboratório.
 
"O Conectar inaugura um novo período de protagonismo das cidades brasileiras. Nosso objetivo é somar esforços com o governo federal e agilizar a chegada das vacinas, de Equipamentos de Proteção Individual, medicamentos e insumos para os diferentes municípios do país. Vamos canalizar os recursos das doações privadas que recebemos para este fim", explica o prefeito Gean Loureiro.
 
Entre os temas discutidos na reunião, consta o cronograma de distribuição das 650 mil doses da vacina da Pfizer que chegam ao País no início da próxima semana aos diferentes municípios do Brasil, assim como a programação de entrega dos demais lotes. Na pauta de solicitações do Conectar ao Ministério da Saúde foi debatida a regulamentação da Lei 14.124/2021, que garante segurança jurídica para que os municípios façam a aquisição dos imunizantes, e a formação de um grupo técnico para últimas adequações na legislação.
 
"O Conectar, um dos maiores consórcios públicos do mundo, que representa mais de 2.600 municípios, e o Ministério da Saúde estão alinhados no esforço coordenado para salvar vidas e dar celeridade ao Plano Nacional de Imunização. Trouxemos  uma pauta longa e uma a uma foram respondidas e nos tranquilizando. Algumas coisas precisam avançar. Foi formado um grupo de trabalho, com representantes já indicados pelo secretário e com representantes da Conectar, para regulamentar leis, de modo que as compras, sejam de insumos, de EPIs, cumpram o rito legal e não tragam problemas administrativos e financeiros para as prefeituras que compõem o consorcio Conectar", complementou Edmilson Rodrigues.

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