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Ônibus seguem lotados apesar da pandemia do novo coronavírus

Passageiros reclamam de superlotação e demora. Risco de proliferação do vírus é real

Valéria Nascimento
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Ônibus antigos dando prego no trajeto, horários irregulares, esperas maiores - algumas de quase duas horas - por causa da evidente redução da frota, o que inclui a suspensão da linha de ''Expressos", provocando aglomeração dentro dos coletivos. Essas são as reclamações recorrentes entre passageiros ouvidos em dois pontos de ônibus tradicionais de Belém: a extensa parada de São Brás em frente ao Terminal Rodoviário e a avenida Presidente Vargas, entre a rua Santo Antônio e a travessa Manoel Barata, no bairro central da Campina.

"É claro que piorou. Nos ônibus, só se respeitou a lotação máxima naquele lockdown, depois que abriram os shoppings e liberaram os comércios pequenos e grandes, a volta do trabalho é com ônibus cheio quase todo dia'', queixou-se a supervisora da Casa dos Caramelos na travessa Teófilo Conduru, no bairro do Guamá, Stephane Barata, de 25 anos, enquanto esperava por coletivo na praça lotada em frente ao Terminal Rodoviário de Belém.

A comerciária garantiu que não parou de trabalhar durante esta pandemia por causa do cargo que a faz circular em várias unidades da firma, que não fechou as portas em nenhum período de março para cá. Moradora da Cidade Nova VI, Stephane Barata contou que sempre pegava o Expresso até São Brás, viagem de cerca de 30 minutos. Com a suspensão dos coletivos Expressos e da linha do BRT, ela aumentou em cerca de 15 a 20 minutos a viagem de ida para o trabalho, e quadruplicou o tempo da volta para casa.

"São quase 18h30, estou esperando o Cidade Nova 6, Guajará/São Brás ou o Icuí/Presidente Vargas. Eles demoram 30, 40 minutos, com o trânsito que ainda vou pegar, chegarei em casa perto das oito da noite'', contou Stephane Barata. "Fico chateada, fazer o quê?, se a gente reclama tem motorista que humilha'', desabafou a trabalhadora.

Enfermeira aposentada Vanda Gomes da Silva, 65 anos, contou que três vezes por semana precisa vir do conjunto Paricá, em Icoaraci, para o bairro do Guamá onde cuida de um primo com doenças crônicas, como diabetes. Ela disse que pega a linha Águas Negras/Icoaraci que normalmente completa a lotação de passageiros sentados mas, segundo a própria aposentada, raramente tem pessoas em pé. Em compensação, esses ônibus demoram até duas horas para aparecer.

"Não lota. Não vou mentir. Venho sempre sentada e vou sentada, mas caiu o número de carros. Tenho certeza que as empresas estão segurando, e claro, em alguns trechos sobe bem mais gente, aí não tem como respeitar 1,5 metro de distância, já senta um do lado do outro mesmo'', disse a aposentada.

Não foram poucos os usuários em São Brás e também na avenida Presidente Vargas que disseram que muitos ônibus pregam no caminho na volta para casa. "Muito carros velhos'', disse um senhor que não quis se identificar. "É normal já, tem dia que pego aqui e chega ali na Praça da República, tem de descer e esperar até 40 minutos para pegar outro da mesma linha'', contou Andréa Teixeira, 39 anos, funcionária de um laboratório óptico na rua Manoel Barata, aguardando na avenida Presidente Vargas o Icoaraci/Centro, que ela assegurou que demora mais de meia-hora.

Alguns passageiros também disseram observar que os ônibus que chegam em São Brás vindos do Ver-o-Peso e da Presidente Vargas, chegam sempre com a lotação sentada completa e gente já em pé. Já os coletivos que não passam por esses locais, param esvaziados em São Brás.

Em cerca de 30 minutos, a reportagem viu coletivos das linhas Sideral, Santa Bárbara e Benguí/Veropeso chegando em São Brás praticamente vazios, mas também carros lotados, alguns com pessoas encostando umas nas outras, a exemplo das linhas Maguari, Iguatemi/Pátio Belém, Águas Negras/Expresso, esse último inclusive passou em alta velocidade por São Brás trafegando na pista exclusiva dos expressos que não estão trafegando oficialmente.

Outro lado - A Prefeitura de Belém informou que já fez mais de 150 autuações às empresas por descumprimento das medidas previstas em decreto municipal para evitar a proliferação da Covid-19 nos ônibus que, no máximo, devem ter até oito passageiros em pé.

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) também enviou nota à redação do Grupo Liberal informando que as empresas enfrentam uma grave crise financeira, mantendo 65% da frota, quando a demanda de passageiros caiu para 50%.

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Belém
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