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Paradas de ônibus registram aglomerações nesta quinta em Belém

Passageiros usam máscaras, mas sem distanciamento. Eles reclamam de falta da regularidades de linhas

Dilson Pimentel
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Aglomerações foram registradas esta manhã desta quinta-feira (4) nas paradas de ônibus em São Brás, um dos principais corredores de tráfego e transbordo de transporte coletivo de Belém. Os passageiros usam máscaras, mas continuam se aglutinando em grandes grupos à espera dos coletivos, registrou a redação integrada de O Liberal. A situação aumenta o risco de contaminação pelo novo coronavírus.

O representante comercial João Ferreira estava  em uma dessas paradas de ônibus. Mas, como o ônibus estava demorando muito, ele preferiu ir de Uber, por ser mais rápido. E foi para o Entrocamento. “Acho que é o momento exato pra sair. Saio todo dia de casa, uso máscara e sempre estou com álcool em gel, que ando no bolso”, detalhou.

Ferreira disse que sobreviveu à covid-19. "Fiquei em torno de 15 dias em casa. Está na hora de voltar as atividades normais, mas, claro, todos com precaução. Já está na hora de todo mundo voltar a trabalhar, pois todo mundo já está mais do que 'necessitado'”, ponderou sobre a flexibilização das medidas contra a propagação do coronavírus na capital.

"Se for pra pegar, a gente está pronto pra vencer novamente, com fé em Deus. Mas acho que tem que diminuir um pouco as aglomerações. O povo não entendeu o que é essa doença, o que ela pode causar. Tá tendo muita aglomeração, na verdade. A aglomeração podia estar bem menor”, acrescentou Ferreira, que tem 48 anos e é morador do bairro Atalaia, em Ananindeua.

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém disse que as paradas de ônibus de São Brás, assim como outras localizadas no corredor Augusto Montenegro, Presidente Vargas, Ver-o-Peso e Praça Santuário, "naturalmente têm uma demanda maior por receberem diversas linhas com destinos distintos, o que atraem passageiros com desejos de viagem diversos. O acúmulo maior de pessoas nesses pontos, portanto, é inerente às suas características, e não tem sido observado em outras paradas localizadas em bairros diversos de Belém". 

A superintendência diz também que "durante toda a fase de orientação no início do isolamento social a SeMOB manteve equipes educativas nestes pontos, em especial São Brás, orientando as pessoas sobre a necessidade de manter a distância de segurança para se evitar o contágio pelo coronavírus". 

"Se for pra pegar, a gente está pronto pra vencer novamente, com fé em Deus. Mas acho que tem que diminuir um pouco as aglomerações. O povo não entendeu o que é essa doença, o que ela pode causar. Tá tendo muita aglomeração. Podia estar bem menor”, diz João Ferreira. Morador do bairro Atalaia, em Ananindeua, ele passou mal 15 dias em casa, com sintomas da covid-19

Faltam ônibus depois das 20h


“Não está tendo ônibus depois das 8h da noite. Eles param de rodar à noite”, reclamou ​Keila Santos, 45 anos. Ela trabalha em um hospital no bairro do Umarizal e mora na Cidade Nova, em Ananindeua. Ela também estava esta manhã em uma parada de ônibus em São Brás, perto do terminal rodoviário.

“Os ônibus não passam na praça Brasil. O pessoal amanheceu na parada de ônibus. Ontem [quarta], não tinha ônibus nenhum na rua. A gente trabalha em hospital, em supermercado, e não tem como voltar pra casa. A gente é salvo pelos clandestinos, que passam na madrugada. E ninguém faz nada”, reclamou Kelia.

Sobre o horário das linhas, a SeMOB diz que, "apesar da redução na quantidade da frota durante o período de isolamento social, com ápice durante o lockdown, nenhuma linha teve interrupção de oferta de veículos às 20h, sendo que a maioria das linhas inicia sua última viagem entre 22h e 23h". Diante da denúncia da passageira, a SeMOB informou que fará uma fiscalização específica para saber se as referidas empresas estão descumprindo a ordem de serviço na área do entorno da Praça Brasil e, em caso positivo, serão aplicadas as medidas administrativas cabíveis, indo de advertência a multa. 

“Não está tendo ônibus depois das 8h da noite. Eles param de rodar”, reclama ​Keila Santos, que trabalha em um hospital no bairro do Umarizal e mora na Cidade Nova, em Ananindeua. “Os ônibus não passam na Praça Brasil. O pessoal amanhece na parada. Ontem [quarta], não tinha ônibus nenhum na rua. A gente trabalha em hospital, em supermercado, e não tem como voltar pra casa. A gente é salvo pelos clandestinos, na madrugada. E ninguém faz nada”

image Passageiros reclamam falta de coletivos à noite (Igor Mota / O Liberal)

Empresas avaliam diariamente demanda, diz Setransbel


O Diretor de Operações do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel), Natanael Romero disse que, em conjunto com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), o sindicato avalia diariamente a proporção de passageiros e a frota que roda pela capital.

“Ontem [quarta], estávamos com 65% da frota para 40% de passageiros”, disse. “Seguiremos com as orientações de higienização. A cada viagem, nos terminais de linha, um dos 220 colaboradores contratados faz a limpeza dos carros com hipoclorito limpando todos os pontos onde passageiros e tripulação tocam a fim de evitar contaminação”.

Natanael Romero acrescentou: “É importante ressaltar que, assim como os profissionais de saúde, segurança, as empresas e rodoviários são também essenciais durante a pandemia e merecem nosso reconhecimento”.

A SeMOB, em nota, reforçou a informação. "Motoristas que estiverem com a capacidade máxima do coletivo já preenchida estão inclusive autorizados pelo órgão a queimar a parada para evitar a subida de mais passageiros do que o permitido, e quando flagrado desrespeitando essa determinação as empresas são multadas."

A Setransbel diz, em conjunto com a Semob, avalia diariamente a proporção de passageiros e a frota que roda pela capital. “Ontem [quarta], estávamos com 65% da frota para 40% de passageiros”, ponderou Natanael Romero

image Coletivos vêm respeitando regras, diz Setransbel (Igor Mota / O Liberal)

A Setransbel também diz ser muito importante que a população tenha consciência de que não acabou a pandemia. “O governo e a prefeitura elaboraram minuciosamente um programa de escalonamento, onde setores de serviços voltam a funcionar de maneira progressiva”, diz o representante da Setransbel.

Segundo o sindicato das empresas de transporte, se tais medidas não forem adotadas, haverá problemas de aglomerações e lotações em ônibus. "Hoje, todos já sabem dos cuidados que devemos de tomar: usar máscaras; lavar regularmente as mãos; usar sempre álcool em gel; manter uma distância segura, entre outras”, afirmou Romero.

 Até a semana passada a SeMOB já havia aplicado 30 multas a empresas por descumprimentos às regras definidas no período de isolamento social, a maioria delas por excesso de passageiros. "Sempre que flagrar uma empresa descumprindo essa determinação o usuário pode enviar um email para contato.semob@belem.pa.gov,br informando dia, hora, local, linha e a sequência alfanumérica que identifica o veículo em que houve o flagrante que a SeMOB fará a verificação e, caso confirmado o fato, consequentemente emitirá a autuação".

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Na avenida Portugal, paradas também estavam lotadas (Thiago Gomes)
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