Paciente com endometriose faz campanha para realizar tratamento em São Paulo

Doença é difícil de ser diagnosticada. Visita regular ao ginecologista é essencial para prevenção.

Vanessa Van Rooijen
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A endometriose é uma doença muito difícil de ser diagnosticada e o tratamento é lento. "Cólica menstrual não é normal, dores fortes não é normal", afirma o médico Celso Fukuda, especialista de Oncologia e Ginecologia do Hospital Ophir Loyola, em Belém. Na capital paraense os casos de endometriose não são notificados, mas não é difícil encontrar alguma mulher que sofra com o problema.

De acordo com o especialista, a causa da endometriose é multifatorial. "Há o fator imunológico e o fluxo uterino retrógrado. Nesse segundo caso, o tecido endometrial, localizado na cavidade do útero, cresce em outras partes do corpo, principalmente na região pélvica, como bexiga, proximidades do intestino etc., provocando dores. Há ainda um fundo genético em relação aos anticorpos", explica.

Ainda segundo o ginecologista, o diagnóstico é bastante difícil. "Os exames de imagem geralmente não detectam a endometriose porque os resultados sempre constam como normais. O diagnóstico é clinicamente possível, mas precisa ser realizado por um profissional experiente."

O médico também explica que a endometriose é mais comum em mulheres de 30 a 40 anos, embora possa ocorrer em adolescentes. A melhor forma de prevenção é a visita regular ao ginecologista.

Quem for diagnosticada deve ter uma alimentação saudável, com bastante legumes e verduras, além de evitar carnes vermelhas. Exercícios físicos também são recomendados.

"O tratamento é longo e a base de progesterona, mas em casos extremos, cirurgia. Quando a paciente está doente por longa data é necessário fazer tratamento, em alguns casos, para doença neuropática. Isso porque os nervos se acostumam com a presença da endometriose e emitem a dor. Então, após a retirada, precisamos 'mostrar' ao organismo que o tecido não está mais lá", explica.

 

DESCOBERTA

Maysa Mendes Koury, 32, foi diagnostica em 2017 com a doença. Ela conta que sofreu com dores de cólicas menstruais durante toda a vida, mas que sempre tentou manter sua rotina. "Nunca faltei aula, trabalho ou atividade física. Sentia dor, mas achava que era frescura. Não se sabe a causa da endometriose. Foi descoberta quando mudei de ginecologista e logo, na primeira consulta, ele desconfiou", conta.

Desde que descobriu, a administradora fez três procedimentos cirúrgicos em agosto do ano passado, em Belém. Entretanto, devido complicações, precisa ir a São Paulo fazer novos procedimentos. "Na primeira cirurgia tive a complicação de fístula reto-vaginal. Os médicos tentaram solucionar na segunda sem desviar o intestino, porém não deu certo e, novamente, a fístula se abriu ou nem sequer chegou a fechar.

Agora ela precisa fazer uma nova cirurgia, onde os médicos optaram pela bolsa de colostomia. "Já fui em vários médicos, não tenho dúvidas de que preciso ir para lá (São Paulo), porque são uma equipe de Ginecologista, Gastro e Proctologista. Eles têm a área de atuação voltada para endometriose, com pesquisas de mestrado e doutorado", explica.

 

CAMPANHA

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Antes de tudo só tenho agradecer a Deus, por tudo que passei, pelo que to passando e pelo que ainda vou passar, pois ele colocou pessoas maravilhosas na minha vida que me dão forças pra aguentar tudo isso ❤️ serei eternamente grata por todos que estão em oração desde 04 de agosto de 2018 quando fiz a primeira cirurgia de endometriose profunda, depois fiz a segunda, e precisei operar pela terceira vez em 22 de agosto de 2018 e devido às complicações de fistulas reto-vaginal, precisei colocar a bolsa de colostomia 😔...e não é nada fácil se acostumar com ela, na verdade cada dia aprendemos algo diferente... Desde então minha rotina girou em torno dela, perdi algumas programações por conta de todo meu estado, entrei em depressão e crise de ansiedade, e outras questões mais particulares. Até semana passada não tinha resolvido sobre onde fazer minhas novas cirurgias (no mínimo duas), uma será bem grande pra correção do canal, reversão da colostomia, porém com reto baixo (pois estou com aproximadamente 4cm de reto) e vou fazer a ileostomia, além da situação referente aos focos de endometriose (espero q não tenha mais nada nesses locais específicos), pois ainda tinha focos difíceis de serem retirados e a outra será pra fechar a ileostomia, se tudo estiver cicatrizado, se Deus quiser. Nesse período consultei muitas opiniões, e os médicos em SP me passaram mais confiança, por serem uma equipe (Gastro e Gineco), por terem experiência e pelos currículos voltados para e endometriose, porém é um valor alto demais. Foi então que uma tia deu a ideia da rifa e divulgar meu caso para qualquer tipo de ajuda, e estou mega feliz com resultado, independente do valor que conseguiremos arrecadar, o tanto de gente que já ajudou, amigos que não estão medindo esforços, amigos dos meu amigos, amigos distantes, família, pessoas que nem conheço, pessoas que estão vindo falar comigo se oferecendo pra ajudar em algo, e o melhor de tudo, com certeza já aumentou a corrente de orações. Obrigada de coração❣️E pra quem quiser ajudar ou comprar a rifa, pode falar comigo 😉🥰 serei eternamente grata. Maysa Mendes Koury Banco Bradesco Agência 2046 C/C 82733-9 CPF 88722104291

Uma publicação compartilhada por Maysa Mendes Koury (@maysakoury) em

Para conseguir viajar e fazer o procedimento em outro estado, Maysa promove uma campanha nas redes sociais para arrecadar recursos. "Meus familiares e amigos sabiam que o valor era alto e uma tia sugeriu fazer a rifa entre amigos. Divulgamos nos grupos dos familiares e amigos próximos, porém minhas amigas queriam divulgar mais e mais, pois se preocupam com meu caso. Eles acompanharam todo esse processo e sabiam que poderíamos arrecadar um valor maior e até conscientizar outras mulheres de que endometriose não é simples", conta.

Maysa conta ainda que já recebeu muita ajuda e doações. "Não consigo descrever a felicidade que sinto de ver o empenho de todos para me ajudar e com certeza tudo isso vai ajudar muitas outras mulheres."

A administradora orienta que todas as mulheres façam seus exames e escutem a opinião de vários profissionais. "Demorei muito para escutar outra opinião. Essa doença é pouco divulgada, tenho uma amiga que foi diagnosticada com endometriose profunda e não sente nada, então tem que acompanhar, fazer exames. Resumindo, cólica não é frescura", finaliza.

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