Famílias se reinventam para adaptar o verão aos tempos da pandemia

Novo normal dita que as férias serão em casa

Tainá Cavalcante
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Praias substituídas por piscinas e banhos de mangueira. As longas viagens por curtos passos até o quintal. Festas, passeios ou qualquer tipo de aglomeração já não fazem mais parte da lista de desejos para o final de semana. Até os clubes deixaram de estar na rota de parada das estradas. Nada disso, entretanto, é sinônimo de falta de diversão ou monotonia. Isso é o que garante a família Costa Guedes, que decidiu, durante o novo normal, fazer não só das férias de julho, mas de toda a quarentena, uma grande diversão.

"Somos quatro pessoas em nossa casa, meu esposo, meus filhos e eu. Moramos em um sítio com outros familiares, em torno de dez pessoas. Todos estamos isolados em casa, com exceção dos que precisam sair para trabalhar.  Costumamos reunir somente entre nós, para um churrasco, umas partidas de dominó, jogar um bilhar, banho de piscina, brincadeiras com as crianças pelo quintal, uns lanches alternativos, rodadas de pizzas, hambúrguer que pedimos por delivery. Cineminha em casa com pipoca também não pode faltar. Tudo isso temos feito mantendo as distâncias recomendadas, com álcool em gel sempre à disposição", conta a bibliotecária Cléu Costa, de 40 anos, que ainda pretende intensificar as atividades no sítio nessa temporada de férias.

"Além do que já estamos fazendo, pretendemos acrescentar um acampamento com nossas barracas no quintal, brincadeiras com as crianças, muito banho de piscina e de chuva. Pensamos em fazer também umas sessões de cinema em casa com pipoca", detalha, ao explicar que "a ideia é fazer esse mês ser diferente e divertido, mesmo estando em casa, usando a criatividade e aproveitando mais o ambiente e as pessoas". "Quem sabe uma volta no carro para apreciar o pôr-do-sol pela orla de Belém ou Icoaraci seja o máximo que faremos para sair", completa.

A bibliotecária, que é casada com o professor Regis e é mãe do Miguel, de nove anos, e da Mel, de sete meses, afirma que não passou pelos planos da família, em nenhum momento, viajar para curtir esse veraneio. Apesar de gostar muito de ir aos balneários e, nem eles entraram na lista de opções. "Vivemos um tempo de insegurança. O inimigo é invisível e ainda desconhecido", afirma, ao se referir ao novo coronavírus. "Acreditamos que o lugar mais seguro para estar com a família é a nossa casa. Tenho dois filhos e sinceramente prefiro não arriscar. Gostamos muito de passear e viajar nas férias, mas com certeza esse não está sendo um ano para isso. Claro que sentimos falta, mas não dá para arriscar com o covid-19 solto por aí".  

Novo normal

Entretanto, não é porque a família tem achado boas formas de se reinventar que os dias têm sido fáceis. Na verdade, Cléu define essa temporada como "desafiadora em todos os aspectos da nossa vida". "A máscara se tornou um acessório indispensável. Nossos olhos agora expressam o que dizem nossos lábios. É o home office adaptado às tarefas domésticas e cuidados com os filhos. Filho estudando em casa, com vídeo-aulas ou aulas online. São as missas acompanhadas semanalmente pela TV, as diversões com séries, filmes e lives. As vídeo-chamadas com a família e amigos. Tudo isso com organização do tempo, disciplina, paciência, alegria e fé", explica, ao pontuar que viver assim tem sido um esforço constante.

"Vemos as estatísticas que o Coronavírus está ainda por aí e mesmo que algumas medidas tenham sido tomadas afrouxando os cuidados, não nos sentimos seguros lá fora. Aqui tomamos todas as medidas de cuidados. Estamos juntos e com saúde", ressalta Cléu, ao declarar que, para a família, "é melhor 'perder' o verão em 2020 dentro de casa do que perder alguém que amamos e passar todos os outros verões com saudades". "É mais prudente. Outros verões virão. Enquanto isso vamos fazer esse valer a pena do jeito que for possível, em quarentena, em casa. Isso nos faz ver o valor que tem nossa liberdade, infelizmente hoje ela está comprometida por uma pandemia. Espero um mundo diferente quando tudo isso passar", conclui.

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