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Coronavírus: Infectologista diz não se deve criar pânico

Especialista, no entanto, afirma que é preciso preparo de estrutura e profissionais de saúde nas unidades de saúde ambulatoriais

João Thiago Dias
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O novo coronavírus, denominado de 2019-nCoV, que é capaz de causar pneumonia forte e até levar à morte, se tornou um dos assuntos mais comentados no mundo na última semana. Até por volta das 8h30 deste domingo (26), 2.019 casos foram confirmados, segundo o mapa em tempo real disponibilizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Centro de Controle de Controle e Prevenção de Doenças (EUA) e das autoridades sanitárias dos países com casos confirmados.

O novo coronavírus chegou em quatro continentes: Ásia, América (do Norte), Europa e Oceania. Na China, onde a doença surgiu, há o maior número de casos, com 1.979 registros até a manhã deste domingo. O País aplicou protocolos de isolamento na região onde foi identificado o surto. Também há confirmações de infecção por coronavírus em mais 13 países, dentre eles, os EUA, onde foram confirmados dois casos. Na França, a Europa registrou três casos. Na Austrália, são quatro registros confirmados.

A OMS emitiu o primeiro alerta da doença no dia 31 de dezembro de 2019, depois que as autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan. Apesar dos números, a OMS afirmou, na última quinta-feira (23), que "ainda é cedo" para declarar emergência internacional devido às infecções. 

Para esclarecer mais detalhes sobre o novo coronavírus, a reportagem entrevistou a infectologista do Hospital Universitário João Barros Barreto, Helena Brígido:

O que a ciência já sabe sobre o novo coronavírus?

Helena Brígido: o coronavírus humano (HCoV) é um vírus que causa síndrome respiratória desde 1960. Estão presentes em animais considerados como reservatórios e que, eventualmente, os vírus podem causar doenças em humanos. Em dezembro de 2019, foi descoberto uma nova variante, denominada de 2019-nCoV na cidade de Wuhan (província de Hubei, China) com casos em humanos.

Quais os sintomas? Quais as formas de transmissão?

Helena Brígido: podem ocorrer casos sem sintomas. Pode ocorrer febre, tosse e falta de ar. A transmissão do vírus ocorre por gotículas de ar por meio de secreções respiratórias de pessoas doentes.

Há grande risco de morte? Como é feito o tratamento?

Helena Brígido: há risco de complicações graves como septicemia (infecção generalizada) e óbito. Não há tratamento específico até o momento. As pessoas, dependendo do caso, podem ser tratadas com medicamentos para os sintomas em casa ou no hospital.

É possível apontar de que forma surgiu? 

Helena Brígido: os vírus estão presentes em vários animais: morcegos, suínos, gado, cavalos, roedores, pássaros, cobra, sapos, coelhos, galinhas, mamíferos aquáticos. Porém, ainda não há conhecimento de qual animal esse novo coronavírus foi originário para transmissão a humanos.

Há circunstâncias que possam criar risco para que chegue ao Pará? E ao Brasil?

Helena Brígido: os casos estão restritos à cidade de Wuhan (província de Hubei, China). O Centro de Controle de Doenças e a Organização Mundial de Saúde não consideram casos fora do local a não ser que a pessoa tenha história de viagem ao foco dos casos, portanto, não há risco de transmissão, na atualidade, se não houver contato com pessoas de Wuhan.

Qual o alerta dos especialistas para os cuidados de prevenção? 

Helena Brígido: é importante que não haja pânico, porque o risco é restrito às situações de viagem à Wuhan, porém é importante o controle pelas autoridades sanitárias, de trânsito de pessoas vindas do local de origem dos casos e que tenham alguma manifestação clínica de febre, tosse e falta de ar. 

Há recomendações específicas para viajantes?

Helena Brígido: é importante que haja restrição ou adiamento de viagens para o referido local, até nova orientação das autoridades sanitárias. É preciso também que haja preparo de estrutura e profissionais de saúde de unidades de saúde ambulatoriais, de urgência e emergência e hospitalares para ocorrência de casos em viajantes. Os cuidados com os doentes devem ser rigorosamente realizados com equipamentos de proteção individual (EPI) com o suporte de UTI, se necessário.

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