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Em três dias, seis pessoas teriam morrido à espera de leitos no Ophir Loyola

Denúncia é de marido de paciente: ele a acompanha em sala onde pacientes padecem em estado grave

Victor Furtado
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Entre sexta (30) e domingo (2), ao menos seis pessoas já morreram no Hospital Ophir Loyola, enquanto esperavam por leitos. O relato é de Natanael Carvalheiro, que tem acompanhado a esposa, Simone Beatriz Torres, na espera por um leito no Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) do hospital. Ela deveria ter sido internada com urgência, mas segue numa sala, junto com outros pacientes em estado grave, sem os devidos cuidados para as condições deles. Nesse período, Natanael e Simone têm visto pessoas morrendo porque era tarde demais.

A saúde de Simone já estava numa situação delicada. Enfrenta há algum tempo cânceres de fígado, pulmão e mama. Ela passou várias semanas esperando para fazer quimioterapia, mas esbarrava na falta prolongada do medicamento Paclitaxel (Taxol). Após muito questionar o atendimento do hospital, por todos os protocolos e meios formais, foi orientado a comprar o medicamento, que custa cerca de R$ 15 mil. Ele, junto a outros pacientes, fez uma denúncia ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).

Pela falta do Taxol, a médica dela chegou a trocar a medicação para que ela seguisse com o tratamento. Mas já se passaram vários dias desde quando a quimioterapia era considerada urgente. Enquanto ela e pelo menos outros 50 pacientes padeciam à espera de medicação, a situação piorou. A estrutura precária, como aponta Natanel, dificulta o bem-estar. Poltronas quebradas, ventilação inadequada e falta de água mineral para beber. O Hospital nega tudo isso, apesar de frequentes reclamações nesse sentido.

Atualmente, Simone se encontra numa sala com outros 12 pacientes em estado grave. Natanel diz que só nesta segunda-feira (3), quase quatro dias depois, um médico foi avaliar os pacientes. Mas ainda não há vagas no CCPO. "Nessa sala, minha mulher adquiriu uma gripe e está rouca", conta o marido, desesperado. Ele teme pela vida da esposa. Teme que ela se junte aos seis mortos dos últimos três dias.

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato ainda na tarde de ontem (3) com o Hospital Ophir Loyola para ter um posicionamento sobre o assunto, mas até a manhã desta terça-feira (4) não obteve respostas.

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