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Em busca de dias melhores, venezuelano dá aulas em Belém

Engenheiro Civil mora em Belém há cinco meses e, em meio à crise, se vira como pode

Dilson Pimentel
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Fugindo da crise político-econômica da Venezuela, seu país de origem, Gustavo Delgado, de 40 anos, está morando em Belém há quase cinco meses. E, para sobreviver, dá aulas de Espanhol. Um pouco da vida de Gustavo veio à tona em uma postagem que o engenheiro civil Breno Damasceno fez em seu Instagram. "Dia 21/05 eu estava na Praça da República participando de uma ação social e deparei com a história que vou lhe contar a seguir”, escreveu ele. Em seguida, falou de Gustavo.

A Redação Integrada localizou e entrevistou Gustavo. Ele concedeu a entrevista na praça da República, perto de onde mora em um quarto alugado. Gustavo é engenheiro civil hidráulico e formado pela Universidade Central da Venezuela. Seu plano inicial era ir para Brasília. Pretendia fazer, na Universidade de Brasília, uma pós-graduação em cooperação com a Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Ao chegar em Manaus, soube que a passagem aérea para Brasília era muito cara. Alguém, então, falou pra ele sobre Belém e da possibilidade de viajar de barco para a capital paraense. E, assim, Gustavo conheceu os rios da Amazônia. “Foi uma experiência muito importante”, contou.

A princípio, enfrentou a dificuldade econômica, porque, além de se manter, precisava mandar dinheiro para os seus pais, que ficaram na Venezuela. Em Belém, alugou um pequeno quarto, que ele chama de “cafofo”. A pessoa que alugou tem sido compreensiva com ele, pois sabe das dificuldades financeiras. Gustavo explicou que a crise econômica foi a principal razão para ele deixar seu país de origem. “Sete ou oito dólares por mês... Era impossível”, disse, falando sobre quanto recebia mensalmente de salário. Um dólar, na cotação de hoje, equivale a cinco reais. Também vislumbrou na saída da Venezuela, e estando em outro país, a “oportunidade de crescimento” pessoal e profissional.

"Pensam que sou europeu", afirmou Gustavo

Ao ser perguntado se já sofreu preconceito em Belém, respondeu: “Mais ou menos. Quando digo que sou venezuelano, pensam que sou gringo, europeu, porque o conceito que tem é (de que) venezuelano é indígena. ‘Você, venezuelano? Você parece gringo’”, contou. Ele atribuiu suas características físicas à genética da família - espanhola e holandesa. Em Belém, para ganhar a vida, aulas de espanhol. Antes, e por estar precisando de dinheiro, chegou a trabalhar como cozinheiro. Gustavo dá aulas por telefone ou pelo computador. Todos os seus alunos são paraenses. Ele fala seis idiomas, entre os quais espanhol, alemão, francês e inglês.

Afirmou que tem sido bem acolhido pelos moradores de Belém e afirmou gostar muito da arquitetura da cidade. E informou que já trabalhou em projetos arquitetônicos. “Trabalhei no projeto de reconstrução de Panteão Nacional, onde estão enterrados os restos mortais de Simón Bolívar, o libertador (da América)”, contou. Bolívar é um revolucionário sul-americano nascido em Caracas, que dedicou sua vida à luta contra a presença espanhola na América do Sul.

A pandemia, que Gustavo pronuncia "pandêmia", atrapalhou, por enquanto, os planos da viagem para Brasília. Ele cursou engenharia na Alemanha. Só que, sem validar o diploma no Brasil, não consegue trabalho na área. Mas é especialista na parte de saneamento e hidráulica. Na América Latina, informou que ganhou o prêmio World Environmental PHI, além de outros prêmios internacionais Ele dá aulas,de forma presencial ou online. Mas, por causa da pandemia, as aulas, agora, são on line.

Para agendar as aulas, eis o WhatsApp de Gustavo: +1 (714) 910-7437.

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