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'Dicionário paraense' viraliza nas redes sociais com expressões bem-humoradas

Criado por um paraense, o perfil no instagram já conta com mais de 68 mil seguidores e repercussão em vários países

João Thiago Dias
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Algumas palavras ou expressões peculiares do Pará viralizaram, em menos de um mês, por meio de um perfil no Instagram chamado "Dicionário Paraense". Com a proposta de "traduzir" frases de um contexto comunicativo mais abrangente para a forma regional com que muitos paraenses escrevem ou falam, a conta já atraiu mais de 68 mil seguidores desde o dia 23 de outubro. Além da forte repercussão com curtidas, comentários, marcações e compartilhamentos, a participação dos seguidores é expressiva com sugestões para novas publicações.

A arte da publicação começa sempre com a frase "Você é paraense?", seguida pela resposta "Sim!". Para completar, vem o pedido para que seja dita alguma frase, como "Então fala: igual a você", que se transforma em "É tu todinha". Ou "Então fala: gente, isso está muito bom", que vira "Égua, mano, tá só o creme". Ou "Então fala: você tem muita sorte", que é respondido com "Égua da largura!". 

O perfil na rede social, que é marcado como @dicionario_paraense, foi criado pelo paraense Raul Miranda, de 27 anos, do município de Santo Antônio do Tauá, que avaliou a ideia como um meio de divulgar a cultura local. "Trabalho com logística, nada a ver com o perfil da página, que surgiu mais com o intuito de divertir e espalhar um pouco da nossa cultura. Cada lugar tem suas gírias e expressões típicas, quis mostrar um pouco da nossa", conta.

Ele diz que a inspiração veio de outros perfis de dicionários regionais, que viralizaram desde outubro deste ano. "Achei engraçado um post do dicionário carioca. Entrei no perfil deles e vi que tinha outros (dicionário paulista, baianês, minerês). Fui procurar o dicionário paraense, pois lembrei de tantas gírias e expressões que usamos. Para minha surpresa, não existia", diz Raul.

A visibilidade do Dicionário Paraense, que já alcançou até outros países, surpreendeu Raul, que pensa, inclusive, em criar uma fanpage para expandir a conta. "Recebo mensagens de paraenses que estão fora do Estado e até mesmo fora do país, como Portugal, Suíça, Canadá e México. Os seguidores são os melhores, com cada sugestão que não tem como não rir. A caixa de mensagem sempre está cheia, ainda não consegui ler tudo", detalha o jovem.

A professora de Língua Portuguesa e Redação Joyce Favacho, de Belém, é seguidora do Dicionário Paraense e diz que se identifica com a página porque é um humor paraense. "Tem expressões atuais e umas mais antigas, que nossos avós utilizavam. Ao repostar nos meus stories algumas expressões, tive respostas de amigos de outros estados tentando entender, por exemplo, o motivo de "Não, é pão" significar "sim".

Expressões

De acordo com o coordenador do curso de Letras da Universidade do Estado do Pará (Uepa), professor Marco Antônio Camelo, frases como essas são denominadas "expressões idiomáticas", que são recursos da fala e da escrita, que ganham novos sentidos conotativos e ultrapassam seus significados literais quando aplicados em contextos específicos. 

"Representam a identidade de um povo. Fruto da função do exercício da linguagem. Muitas vezes, o que vai determinar a funcionalidade do significado da expressão é a imprecação, ou seja, a tonalidade utilizada. Por exemplo, uma coisa é dizer 'Hum, tá cheirosa essa comida!', que elogia a fragrância. Outra, é dizer, diante de alguma pavulagem (exibição), 'Tá, cheirosa!", que representa que a pessoa não concorda com o exibicionismo", explica Marco Antônio Camelo.

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Belém
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