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Chuva aumenta incidência de caramujos na Grande Belém

Áreas próximas a canais, lixões, matas e terrenos baldios são mais propícias

Victor Furtado
fonte

Com a chuva e problemas de limpeza urbana, moradores de áreas mais periféricas, próximas a canais e matas, costumam se deparar com caramujos africanos. Nessas épocas, o molusco encontra novas rotas na busca por abrigo e alimento. O problema costuma se agravar quando há concentração de terrenos abandonados, canais sem devida limpeza, lixões irregulares... todos esses fatores combinados dão aos caramujos (e outras pragas) tudo o que precisam para se reproduzir e seguir o ciclo de vida perigoso a seres humanos e animais de estimação.

Os caramujos são hospedeiros intermediários dos vermes que provocam a esquistossomose, a angiostrongilose e a angiostrongilíase. Mas esses vermes também podem estar na água contaminada pelos caramujos. Basta contato com a pele, mas também pode ocorrer por ingestão. O verme se desenvolve nos vasos sanguíneos. As doenças costumam apresentar diarreia (ou prisão de ventre), febre, dor de cabeça, náuseas, aumento do volume do fígado, dor abdominal intensa e hemorragias. Há casos fatais. 

Esses caramujos chegaram ao Brasil há alguns anos como uma espécie alternativa para o escargot, um caramujo que é iguaria francesa de alto valor. Só que o paladar não agradou nem um pouco e os moluscos foram abandonados. O clima brasileiro, sobretudo o amazônico, foram propícios à proliferação deles, como explica a professora mestre Roberta Raiol, coordenadora do curso de Biologia da Unama.

"Existe relação com o período de chuvas e a proliferação dos caramujos. Podemos visualizar em muros, valas, canais, terrenos baldios... A água ajuda eles na mobilidade e reprodução. Então aumenta mesmo a incidência deles", explica a professora. Os cuidados para evitar um encontro com o molusco precisam começar com a limpeza em casa e no entorno. As comunidades de cada bairro precisam se ajudar, principalmente se houver ambientes propícios ao abrigo, reprodução e alimentação dos caramujos africanos.

Ao manusear um molusco desses, é preciso estar com as mãos protegidas com luvas. Se uma infestação for encontrada num terreno ou área específica, é importante recolher a maior quantidade possível, colocá-los num buraco e incinerá-los. Ou é possível solicitar apoio às secretaria de meio ambiente ou saúde. Roberta destaca que as áreas próximas a canais, lixões e matas são de maior incidência dos caramujos.

A limpeza dentro de casa, reforça Roberta, além de proteger animais de estimação dos caramujos, também evita a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Evitar água parada e empoçada e fazer limpeza com água sanitária. Se um animal abocanhar um molusco, é importante, com as mãos protegidas, retirar o bicho da boca do pet. E é interessante até levar a um veterinário e evitar problemas.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), possui um programa voltado para o controle do caracol africano mediante fichas realizadas pela população. O CCZ realiza vistorias técnicas nos locais informados ao centro, esclarecendo sobre a biologia e as zoonoses (doenças) transmitidas por este animal. Caso seja necessário é feito aplicação de veneno.
O controle do caracol africano restringe-se na coleta manual e periódica dos animais e dos ovos, sempre com as mãos protegidas com o uso de luvas ou sacos plásticos para evitar a contaminação. De preferência, deve-se queimá-los e, em seguida, enterrá-los. É possível também coletar os caracóis, esmagá-los e enterrá-los acrescentando uma colher de cal virgem para evitar a contaminação do solo.

O CCZ ressalta que não se deve jogar os caracóis no lixo, pois eles podem contaminar outros locais. Manter sempre os quintais limpos e sem acúmulo de mato ou entulhos e usar água sanitária para desinfetar os locais por onde o caracol deixou o muco também evitam a proliferação de doenças.

COMO REMOVER CARAMUJOS E SE LIVRAR DELES

- Pegar o caramujo com as mãos protegidas por saco ou luva

- Jogar sal e queimar

- Para evitar a proliferação, evite a formação de pequenas concentrações de água próximo de vegetação

VERMES HOSPEDADOS POR CARAMUJOS E DOENÇAS:

- Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite;

- Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal;

- Schistosoma mansoni: responsável pela esquistossomose, conhecida como "barriga d'água", que pode causar aumento do baço e do fígado, causando diarreias, vômitos, tonturas, sensação de estar cheio, coceira e prisão de ventre.

FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE E BRASIL ESCOLA

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