Chuva alaga partes baixas da capital e motoristas sofrem para trafegar

A forte chuva que caiu na tarde deste domingo (29) voltou a causar transtornos a moradores de áreas mais baixas de Belém. Cerca de 30 minutos foram suficientes para deixar vários pontos da capital alagados e demonstrar, novamente, a precariedade do sistema de drenagem urbana da cidade.

Mesmo com alagamentos, motoristas se arriscam na Avenida João Paulo II (Thiago Gomes / O Liberal)

No bairro do Curió-Utinga, onde os alagamentos são recorrentes, novamente algumas ruas ficaram intrafegáveis. Na avenida João Paulo II, na esquina da passagem Elvira, o lago que se formou com a água da chuva impedia que carros e pedestres atravessassem a rua. A maioria dos veículos retornava e voltava pela contramão, evitando as enchentes. Alguns arriscavam a passagem, mas ficavam no meio do caminho.

Foi o caso de um motociclista que estava andando pela avenida em direção ao centro da cidade. Ele tentou passar pela poça de água, mas não conseguiu e acabou tendo que descer para empurrar o veículo, com a água na altura da cintura. Próximo a ele, alguns jovens aguardavam que as placas dos automóveis se soltassem para, assim, devolvê-las cobrando o valor de R$ 20.

Motociclista desce para salvar a moto e adolescentes se arriscam no alagado para ganhar dinheiro resgatando placas de carros (Thiago Gomes / O Liberal)

Já na altura da passagem Gaspar Dutra, alguns caminhões e ônibus precisaram estacionar na beira da avenida, com receio de passar pelos lagos que se formaram e acabar ficando no "prego". Foi o que aconteceu com um carro particular que tentou fazer a passagem. Ao perceber a profundidade da água, motoristas de veículos mais pesados decidiram parar e esperar que a chuva passasse.

Na Mauriti, esquina com a passagem José Leal Martins, próximo ao canal, outra grande poça de água se formou. Moradores do entorno afirmam que o problema é recorrente e nunca foi resolvido. "Moro aqui há 30 anos, e sempre foi assim. Entra governo e sai governo e continua do mesmo jeito, a gente tendo que meter o pé na lama pra poder sair de casa", reclamou o aposentado Osvaldo Ramos.

Mesmo com os alagamentos, nenhum ponto de lentidão foi verificado no trânsito da capital. Na avenida Almirante Barroso, principal via de acesso à cidade, poucos carros trafegavam, assim como nas ruas adjacentes, muito por conta do isolamento imposto pelas autoridades devido à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.