Círio de Marituba completa 76 anos
Dezenas de fiéis mantêm a tradição e fazem homenagem à Nossa Senhora de Nazaré no município

Como alternativa para homenagear a padroeira dos paraenses, sem sair da região mais afastada de Belém, os antigos moradores da colônia de hansenianos de Marituba, criaram, em 1942, a sua própria procissão. Este ano, o ponto alto da festividade de Nossa Senhora de Nazaré, conhecida com Cirio de Marituba, completa 76 anos. Na manhã deste domingo, centenas de fiéis lotaram as estreitas ruas do município. Queima de fogos de artifícios, louvor e adoração emocionaram os participantes, no evento que agrega novos e antigos devotos em uma só fé cristã.
Para Maria de Lourdes, os anos não passaram quando o assunto é devoção. Aos 90 anos, o entusiasmo de participar do Círio de Marituba ainda é o mesmo da primeira edição. “Acordo cedo, rezo, venho com a alma lavada e cheia de alegria”, conta a idosa que viu, ao passar anos, a programação tomar forma. “Éramos apenas 30 pessoas que com a ajuda do padre caminhávamos com a imagem nas mãos. A cada edição isso foi crescendo, as pessoas estão vindo de várias comunidades e até de Belém”, lembra.
A aposentada já perdeu as contas das graças alcançadas e do número de promessas que pagou. E, por isso, na manhã deste domingo, ela só tem a agradecer. “Hoje é um dia especial. Aguardamos a data durante os 11 meses do ano. A comunidade fica em festa, as famílias se reúnem. Também sou grata pela minha casa, que recebi e, claro, pela minha saúde, que é ótima”, diz, entusiasmada.
As emoções do Cirio de Marituba vão além da experiência. Este ano, é a primeira vez que Luiz Gabriel, coroinha da Paróquia Nossa Senhora da Paz, participa da procissão. “Eu amo Nossa Senhora e fico muito feliz por estar na procissão”, relata o garoto. Acompanhado da mãe, a professora Danielle Gomes, 31, ele ressalta o desejo de não sair dos caminhos da religião. “Sou católico e quero ficar na igreja até quando eu morrer”, completa.
Para a mãe, os ensinamentos cristãos dão base à formação da família. “Devemos ensinar os nosso filhos, nossas crianças os desígnios da fé em Deus e na Nossa Senhora. Hoje, a igreja ajuda os pais na criação neste mundo tão perverso”, acredita. A procissão teve início às 7h30, com a saída da Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Quinta Rua , do bairro Novo. A caminhada de duas horas terminou no Abrigo Joao Paulo II, no bairro Dom Aristides, na antiga colônia dos hanseníanos.
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