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"Bichinhos de chuva" irritam, mas são inofensivos

Durante as chuvas, os cupins saem em busca de calor para reprodução e formação de novas colônias

Victor Furtado
fonte

Durante o inverno amazônico ou dias de chuvas fortes e prolongadas, como as que caíram nos últimos dias, os cupins de asas (Nasutitermes) saem em, revoada para visitar algumas casas. São os "bicinhos de chuva". Esses insetos saem para o acasalamento e para criar uma nova colônia. Porém, o voo não dura muito além do acasalamento e é quando os incômodos seres, facilmente atraídos pelo calor e luz de lâmpadas acesas, perdem as asas. Para muita gente, são chatos, mas não causam mal nenhum além de comer madeira. Em todo o mundo existem mais de três mil espécies e 280 delas estão na Amazônia.

"Os cupins são sempre vistos como vilão, porque são pragas e comem madeira. Porém, são mais benéficos do que fazem mal. Eles decompõem a matéria orgânica em florestas, em parques, comem as folhas e promovem a aeração do solo. Não há qualquer motivo para ter medo deles", comenta a entomologista Maria Lucia Jardim, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), que estuda cupins há mais de 20 anos.

 

Jardim explica que esses cupins de asas possuem nariz em forma de bico e as asas só surgem quando estão maduros o suficiente para começarem uma nova colônia em um novo lugar. Após o acasalamento, durante o voo, e a perda das asas, a fêmea pode gerar uma ninhada que vai de mil a dez mil filhotes de Nasutitermes. O acasalamento precisa de um local com madeira e, por isso, a colônias costumam se formar no telhado ou outros locais onde há predominância e madeira. Pelo chão, é possível ver os resultados do momento íntimo: as várias asinhas perdidas.

Como muitos insetos e outros animais que hoje são flagrados em áreas urbanas, os Nasutitermes antes habitavam florestas e a zona rural. O desmatamento e avanço humano sobre as áreas verdes fizeram com que esses cupins tivessem de procurar novos lares, como explica a entomologista. 

Por serem um incômodo para muita gente, são gatilhos de fobias ou causam estragos ao comer a madeira da casa, Jardim adianta (sem muitos detalhes) que há estudos sobre o uso de pimenta de macaco no combate a esses insetos. Mas não adianta testar todos os métodos e simpatias. Não é fácil afastar esse insetos sem inseticida.

Entre métodos comumente usados está a aplicação de querosene na peça de madeira afetada (pode aumentar riscos de incêndio e intoxicação aérea), mas não possui qualquer eficiência como inseticida. Colocar água numa bacia e deixar uma luz ligada no ambiente também não resolve nada. "Quando vir esses cupins voando, a prevenção é fechar as janelas e desligar as luzes, porque essa luz artificial atrai", observa Jardim.

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