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Vendedores se adaptam para cumprir medidas na flexibilização do comércio e evitar a covid-19

Centro comercial registrou um movimento grande esta terça, mas isolamento é precário, apesar de alertas de autoridades

Dilson Pimentel
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O centro comercial de Belém registrou uma grande movimentação na manhã desta terça-feira (2). Com a retomada das atividades, o que ocorreu na segunda-feira (1), muita gente saiu de casa para fazer compras e também pagar contas nas lojas. A reportagem percebeu que, de maneira geral, os trabalhadores, entre ambulantes, camelôs e vendedores, estão adotando os procedimentos sanitários, entre os quais o uso de máscaras e de álcool em gel. Os consumidores também usavam máscaras. Mas, devido à quantidade de clientes, não há como manter o distanciamento físico necessário entre as pessoas. Veja:

O vendedor Claudio Bahia, 37, trabalha na João Alfredo com a Campos Sales. Ele vende máscaras. “Essa retomada veio para melhorar a economia de todos os ambulantes. Todo mundo tava precisando para poder produzir para as suas famílias”, disse. “Agradecemos a presença dos clientes. Precisamos deles. Mas devemos tomar as atitudes cabíveis pra gente se prevenir: álcool em gel, máscaras e evitar ao máximo as aglomerações”.

Claudio contraiu a covid-19. “Eu adquiri esse vírus, fiz o acompanhamento médico. Mas estou bem, graças a Deus”, afirmou. “Indico que as pessoas tomem as suas prevenções possíveis para não pegar o vírus”, acrescentou.

O vendedor Claudio Bahia, 37, trabalha na João Alfredo com a Campos Sales. Ele vende máscaras. “A retomada veio melhorar. Todo mundo tava precisando, para suas famílias”, dizia. “Agradecemos a presença dos clientes. Precisamos deles. Mas devemos tomar atitudes para a gente se prevenir”. Claudio contraiu a covid-19. “Fiz o acompanhamento médico. Mas estou bem, graças a Deus. Indico que as pessoas [se previnam], para não pegar o vírus”

image Claudio Bahia: cuidado sem prazo para acabar (Igor Mota / O Liberal)

Vendedor tem medo: 'não se sabe quando vai acabar'


Há 27 anos Charles Pimentel também trabalha na João Alfredo. “A gente já estava há três meses sem trabalhar, sem renda, não tinha como cumprir com os compromissos”, contou. “E a população também está gostando. Muita gente queria fazer pagamento nas lojas e não conseguia, porque as lojas estavam fechadas. Agora, estão vindo e aproveitam para fazer compras”.

Charles diz que adota todos os cuidados necessários. Usa máscaras e álcool em gel, para se proteger. E limpa as mercadorias após serem manuseadas. “Atendo o cliente um por um, para não deixar amontoar. Está sendo bom. Tá bom pra todo mundo. A gente tem medo, porque não sabe quando vai acabar [a pandemia]. Por isso, tem que se prevenir”.

Sobre o movimento no centro comercial, ele afirmou: “Está amontado. Tá um pouco, mas vai melhorar, porque muita gente tava de quarentena e não podia sair de casa. Como as contas estão atrasadas, as pessoas estão vindo para efetuar o pagamento dessas contas”, afirmou Charles. “Fizemos reunião e exigimos dos trabalhadores que usem álcool geral e máscara, pra evitar a contaminação”, acrescentou.

Há 27 anos Charles Pimentel atua na João Alfredo. “Já estava há três meses sem trabalhar, sem renda, não tinha como cumprir compromissos". Ele jura que adota todos os cuidados necessários. Usa máscaras e álcool em gel. E limpa as mercadorias após serem manuseadas. “Atendo o cliente um por um, para não deixar amontoar. A gente tem medo, porque não sabe quando [a pandemia] vai acabar”

image Charles: álcool em gel nas mãos de clientes  (Igor Mota / O Liberal)

Zenaldo: 'Precisamos manter profundas restrições'


Na edição desta segunda-feira (1) do Diário Oficial do Município (DOM), a Prefeitura Municipal de Belém publicou o Decreto 96.378/2020, que altera as medidas de distanciamento social controlado, visando à prevenção e ao enfrentamento à pandemia de covid-19. Lá, trata da reabertura da atividade comercial e do cumprimento do novo protocolo sanitário.

Ainda na madrugada da segunda, o prefeito Zenaldo Coutinho postou vídeo nas redes sociais. Na mesagem, disse que medidas têm apoio da equipe de trabalho, e destacou que shoppings centers e salões de beleza, estão com previsão de reabertura a partir da próxima quinta-feira (4).

Segundo o prefeito, a reabertura desses espaços está condicionada, porém, ao monitoramento do comportamento da pandemia no município nos próximos três dias. Isso envolve, entre outros aspectos, os indicadores da área da saúde pública e da economia, além de dados relacionados à aglomeração e à quantidade de leitos disponíveis no sistema público de saúde. “Organizamos em Belém um comitê com representantes de diferentes setores da sociedade para que pudéssemos analisar, estudar e também definir novos caminhos para nossa sociedade”, disse Zenaldo. 

Com a alteração, o decreto referente às medidas de distanciamento (96.340/2020) agora tem nova redação. O artigo que versa sobre a autorização de funcionamento de serviço e atividade essencial aponta que se devem observar todas as regras de higiene e proteção para a prevenção da disseminação da covid-19. O artigo traz sete incisos e um deles composto de 18 parágrafos.

O documento diz que permanecem suspensas as atividades e serviços que não sejam definidos como essenciais e que não estejam contempladas no plano de retomada econômica elaborado pela Secretaria Municipal de Economia (Secon). 

 “Precisamos manter, em Belém, profundas restrições em razão dos riscos que ainda se apresentam para a saúde pública. Temos que manter as medidas de proteção, como o uso de máscaras, álcool em gel, isolamento social, sobretudo para as pessoas em situação de risco, como diabéticos, hipertensos, idosos e quem puder ficar em casa continue em casa no isolamento social”, afirmou Zenaldo Coutinho.

“Apenas as pessoas que precisam trabalhar, garantir sua subsistência ou esse lado espiritual, no limite do percentual, estarão com os espaços disponibilizados. Mas precisamos manter o foco para evitar o retorno da pandemia em Belém”, acrescentou o prefeito.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), Belém soma hoje 12.228 casos e 1.343 mortes registradas desde o início da pandemia no Estado, em 18 de março. O índice de letalidade na capital é de 10.98%.

image Procura pelo comércio foi grande esta terça (Igor Mota / O Liberal)

UFPA faz alerta frente à flexibilização


Nessa mesma segunda-feira (1), a Universidade Federal do Pará (UFPA) afirmou, através de uma nota técnica divulgada à noite, que estudos sobre monitoramento da pandemia do coronavírus no Estado apontam que o número de infectados em Belém pode ser até dez vezes maior que os registrados pelos dados oficiais - e que as medidas estaduais e municipais de flexibilização precisam de atenção maior das autoridades.

A instituição diz também que, ao contrário do que afirmam as secretarias de saúde dos governos estadual e municipal, a curva da pandemia não entrou ainda em queda. Assim sendo, diz a nota técnica do grupo de trabalho que monitora o cenário epidemiológico da covid-19 no Pará e na Região Metropolitana de Belém, a única opção atual para se evitar de forma mais segura a propagação da covid-19 é a manutenção rígida das medidas de isolamento social no Pará. 

A Secretaria de Saúde Pública do Estado do Pará (Sespa) confirmou, em boletim publicado no início da tarde desta terça-feira (2), mais 22 novos casos e outros seis óbitos relacionados à covid-19 nas últimas horas. A Sespa incluiu ainda nesse novo boletim mais 1.118 casos e outras 64 mortes registrados em dias anteriores, referentes ao esforço de inclusão de  subnotificação de casos junto às prefeituras em todo o Estado. Desse modo, são mais 1140 e outras 70 mortes registradas oficialmente desde ontem no Pará.

Ao todo, já são 42.347 casos e 3.110 óbitos contabilizados no Estado. O detalhamento de casos e óbitos, com gênero, idade e cidade, está disponível no Portal Transparência Covid-19, mantido pelo governo do Estado.

image UFPA alertou: pandemia pede atenção na flexibilização (Igor Mota / O Liberal)
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