Procura por benefício do governo causa aglomerações nos Cras de Belém

Boataria gerou filas em busca de informação sobre renda emergencial e preocupou entidades, frente à covid-19

Cleide Magalhães
fonte

Mesmo sem o presidente Jair Bolsonaro ter sancionado o pagamento da renda emergencial de R$ 600 durante três meses, aprovado pelo Senado Federal, na segunda-feira (30), dezenas de pessoas formaram longa fila em frente ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Guamá, na manhã desta quarta-feira (1). Na manhã da terça (31), o mesmo ocorreu no Cras do Outeiro. Veja:

A situação gera preocupação nas entidades de classe, que receberam denúncias. Os Conselhos Regional de Serviço Social, Regional de Psicologia, Municipal de Assistência Social e o Conselho dos Servidores da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) foram checar, in loco, a situação e fizeram registros do fato por meio de vídeos e fotografias. 

Eles também fiscalizam as condições de trabalho dos profissionais do Cras de Outeiro, principalmente. Segundo as entidades, os profissionais do Centro estão atendendo muita gente, mesmo sem terem condições sanitárias no ambiente de trabalho.  

Falsas informações 


Em nota, a Fundação Papa João XXIII (Funpapa) e a Prefeitura Municipal de Belém esclareceram que que é falsa a notícia que circula em grupos de WhastApp e em postagens de redes sociais sobre um site que estaria fazendo o cadastramento para "Auxílio Emergencial 2020", no valor de R$ 1.200, do governo federal.

"A Funpapa ressalta que, nesse instante, é importante que as pessoas não procurem os Centros de Referência de Assistência Social (Cras). O sistema ainda não está implantado", alertou a Prefeitura Municipal de Belém.

 

 

A Prefeitura de Belém disse também que Funpapa alerta também para que usuários "não repassem seus dados para qualquer pessoa ou site" que afirme ser o caminho para a pessoa receber o benefício.  A Funpapa esclarece que o governo federal ainda "está analisando uma plataforma para cadastramento".

Procura gera riscos frente ao coronavírus 


As filas que se formam nos Cras são vistas como sério problema, uma vez provocam aglomerações de pessoas, usuários e trabalhadores sem que seja respeitada a distância de um metro e meio entre elas, como prevê a Organização Mundial de Saúde (OMS). A medida do afastamento entre as pessoas no mundo inteiro é necessária diante da existência de ameaça de contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19). 

A doença conta agora, às 12h desta quarta (1), com 5.861 pessoas contaminadas pela Covid-19 no Brasil, que tem 203 mortes, com taxa de mortalidade de 3,5%. No Pará, já são 35 casos confirmados da doença, também de acordo com o Portal Pandemia Coronavírus no Brasil, que traz os dados em tempo real. 

O agravante nisso é que, no Pará e em Belém, a contaminação comunitária ou sustentada  já é considerada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa). A transmissão comunitária é uma modalidade de circulação na qual as autoridades de saúde não conseguem mais rastrear o primeiro paciente que originou as cadeias de infecção, ou quando esta já envolve mais de cinco gerações de pessoas.

"O tumulto, mesmo em tempos de riscos de contaminação pelo novo coronavírus, ocorre porque muita gente está indo aos Cras em busca do pagamento da renda básica emergencial anunciado pelo governo federal, embora ainda não sancionado pelo Bolsonaro. A Prefeitura de Belém precisa tomar medidas para trabalhar ações de comunicação e informação junto aos usuários, inclusive pelas redes sociais, para orientá-los nos procedimentos. Isso vale tanto para quem tem o Bolsa Família como para quem vai se cadastrar para o recebimento da renda básica", afirmou Maria Rocha, presidente do Conselho Regional de Serviço Social.

Fiscalização


Ainda segundo Maria Rocha, os conselhos receberam e checam denúncias sobre más condições de trabalho dos profissionais no Cras de Outeiro, em especial. "No Cras do Guamá são somente um pessoa na coordenação, três cadastradores e um atendente, para atender toda essa demanda. Se a transmissão já é considerada comunitária no Pará - e Belém possui a maior parte dos casos do Estado -, esses profissionais estão correndo risco de contaminação e os usuários também. No Cras de Outeiro tivemos a reclamação de que existem más condições de trabalho dos profissionais, pois estão atendendo muita gente, sem mesmo terem condições sanitárias no ambiente de trabalho", frisou a presidente do conselho. 

Ainda segundo ela, nesta quinta (2), o  Conselho Regional de Serviço Social vai ao Hospital Universitário João de Barros Barreto, da Universidade Federal do Pará, no Guamá, verificar denúncias recebidas em relação à falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e infraestrutura de trabalhos aos profissionais da saúde. 

O conselho diz que também dialoga com os conselhos de categorias para a criação de uma Frente de Defesa da Saúde e Exercício Profissional. "E junto com os vereadores de Belém vamos elaborar denúncias para dar entrada de pedido de Ação Civil Pública no Ministério Público do Estado", informou Maria Rocha. 

Informações


Procuradas pela redação integrada de O Liberal, a Prefeitura Municipal de Belém e a Funpapa divulgaram telefones úteis a esclarecimentos. Vale a pena sempre ligar para checar informações como gerou a corrida desta semana aos Cras municipais. Confira 

Cras Aurá(91) 98425-0164
Cras Barreiro(91) 98425-0174
Cras Bengui (91) 98425-0895
Cras Cremação(91) 98425-3665
Cras Guamá(91) 98138-2645
Cras Icoaraci(91) 98445-7942
Cras Jurunas(91) 98568-3941
Cras Mosqueiro(91) 98425-6310
Cras Outeiro (91) 98568-2719
Cras Pedreira(91) 98425-9658
Cras Tapanã(91) 98425-9787
Cras TerraFirme(91) 98425-9973
CCU(91) 98426-4613

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