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Janela partidária atrai membros para PP, MDB e PL no Pará

No total, 17 parlamentares mudaram de sigla durante o período permitido

Elisa Vaz

Um total de 17 parlamentares que representam o Pará no Legislativo mudaram de partido até a noite desta sexta-feira (1º), quando se encerrou a chamada “janela partidária”, período em que deputados federais e estaduais podem mudar de legenda para concorrer às eleições sem perder o mandato, dentro do calendário eleitoral. O número responde por 27,86% de todos os políticos que trabalham pelo Estado.

Na Câmara Federal, foram pelo menos cinco deputados, dos 17 da bancada, a comunicarem a mudança de partido antes das eleições de 2022, sendo que o primeiro foi Cristiano Vale, em fevereiro, que passou do PL para o PP, se tornando o líder do partido no Estado. Outros nomes que também decidiram trocar de legenda foram o delegado Éder Mauro, que deixou o PSD e passou a integrar o PL; Eduardo Costa, que saiu do PTB e entrou para o PSD; e Joaquim Passarinho, que mudou do PSD para o PL.

Já na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), o clima de troca de partido se intensificou nos últimos dias. Foram ao menos 11 mudanças até o fechamento desta reportagem, entre os 41 deputados estaduais: Diana Belo, do DC para o MDB; Jaques Neves, do PSC para União Brasil; Luth Rebelo, do PSDB para o PP; Júnior Hage, do PDT para o PP; Paula Gomes, do PSD para o MDB; Ângelo Ferrari, do PTB para o MDB; Dra. Heloisa, do DEM para o PSDB; José Maria Tapajós, do PL para o PP; Antônio Tonheiro, do PL para o PP; e Nilton Neves, do PSL para o PSD.

Mas o primeiro a efetuar a mudança foi o senador Zequinha Marinho, que se desvinculou do PSC e se filiou ao PL, partido do presidente da República, ainda em dezembro do ano passado. Ele foi o único dos três senadores a mudar de legenda e é pré-candidato ao governo do Pará este ano.

Representantes de partidos com mais filiações estão confiantes

Com a mudança dos 17 parlamentares, os partidos que mais ganham novos integrantes no Pará são o PP (5), MDB (4) e PL (3). Por meio de suas redes sociais, o deputado federal Cristiano Vale comemorou o título de presidente estadual do Partido Progressista no Pará. “Assumo o PP do Pará com o apoio de grandes autoridades do Estado, seguindo o projeto que coloca o Pará em primeiro lugar, como sempre o fizemos com honra, ética, lealdade e a confiança do povo paraense”, avaliou, em fevereiro.

Vice-presidente estadual do Partido Liberal no Pará, Rogério Barra afirma que a janela partidária superou as expectativas. “Hoje, o Partido Liberal é, disparado, a maior bancada da Câmara Federal. Temos 69 parlamentares oficialmente na sigla até aqui, 36 a mais do que os 33 que foram eleitos na última eleição. Isso mostra a força política do presidente Bolsonaro em todo o Brasil”, avalia.

No Pará, ele diz que há muito o que comemorar com a chegada dos deputados federais delegado Éder Mauro e Joaquim Passarinho, além do senador Zequinha Marinho. “Para concorrer ao cargo de deputado estadual, construímos uma chapa forte e competitiva, com candidaturas que carregam verdadeiramente os valores da direita: Deus, Pátria, Família e Liberdade. Eu sou pré-candidato a deputado estadual e a expectativa é de eleger uma bancada conservadora, todos alinhados ao presidente Bolsonaro”, adianta Rogério.

O presidente do diretório estadual do MDB, Jader Barbalho Filho, afirmou que o partido vem apresentando um crescimento considerável desde as eleições municipais de 2020 e, durante esse período, apresentou projetos sólidos para atrair novas lideranças para sua base, o que foi visível agora durante a janela partidária. “Ao mesmo tempo, o MDB, segundo os números que tivemos acesso, manteve o mesmo número de sua bancada em nível de Câmara Federal. O partido está bastante confiante em um novo sucesso nas eleições. Pelas nossas projeções, o partido, no Pará, deve aumentar sua bancada na Câmara Federal e deve crescer também na Assembleia Legislativa e vai reeleger Helder Barbalho ao Governo do Estado”, disse.

Mudanças

Outros políticos locais que não cumpriam mandato também mudaram de partido ou se filiaram. A primeira-dama de Ananindeua, Alessandra Haber, anunciou por meio de seu Instagram que “um novo momento está chegando”. “Faço questão de compartilhar tudo com vocês! Hoje iniciei minha caminhada, em uma casa nova, com apoio do Daniel e do nosso Governador Helder. Queremos abraçar Ananindeua e o Pará, em um projeto generoso, sempre pensando no melhor da nossa gente. Agradeço ao meu amor, Daniel, e ao carinho de sempre do governador e da primeira-dama. Vamos juntos”, disse no texto.

A nível nacional, alguns nomes já conhecidos ficaram em destaque durante a janela partidária em meio ao “troca-troca” final. A advogada Rosângela Wolff Moro, esposa do ex-juiz Sergio Moro, se filiou ao Podemos no estado de São Paulo. Este era o partido do marido há quatro meses, mas ele optou por mudar de sigla e se filiar ao União Brasil. Acontece que a advogada também passou para o União Brasil após a decisão de Moro, realizando a segunda filiação no intervalo de dois dias.

Outro nome polêmico ingressou na sigla: o deputado estadual Arthur do Val se filiou esta semana ao partido União Brasil. Ele foi desfiliado da antiga legenda, o Podemos, após a legenda abrir processo interno no Conselho de Ética por conta de áudios machistas falando sobre refugiadas ucranianas durante uma viagem ao país.

Já o apresentador José Luís Datena deixou este mesmo partido e se juntou ao PSC para disputar a eleição ao Senado por São Paulo. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também mudou de sigla: se juntou aos tucanos no PSDB. Ele estava sem sigla desde junho de 2021, quando foi expulso do DEM após um desentendimento. Ex-deputado federal, Eduardo Cunha anunciou que irá se filiar ao PTB em São Paulo e que pretende disputar uma cadeira na Câmara pelo Estado.

No governo federal, também há movimentações: os ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) são os novos integrantes do Republicanos. Os dois devem disputar as eleições deste ano: Damares ao Senado pelo Alagoas e Tarcísio o governo de São Paulo. Mario Frias foi exonerado da Secretaria Especial de Cultura e Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares após se filiarem ao PL.

Fora da janela partidária, este sábado (2), seis meses antes das eleições 2022, é a data limite para que pretensas candidatas e candidatos a cargo eletivo tenham domicílio eleitoral onde desejam concorrer.

Parlamentares paraenses que trocaram de partido:

Senado
Zequinha Marinho: PSC – PL

Câmara Federal
Cristiano Vale: PL – PP
Éder Mauro: PSD – PL
Eduardo Costa: PTB – PSD
Joaquim Passarinho: PSD – PL
Olival Marques: União Brasil - MDB

Alepa
Ângelo Ferrari: PTB – MDB
Antônio Tonheiro: PL – PP
Diana Belo: DC – MDB
Dra. Heloisa: DEM – PSDB
Jaques Neves: PSC - União Brasil
José Maria Tapajós: PL – PP
Júnior Hage: PDT – PP
Luth Rebelo: PSDB – PP
Nilse Pinheiro: REP – PDT
Nilton Neves: PSL – PSD
Paula Gomes: PSD – MDB

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